Crime à luz do dia expõe falhas na segurança pública e mancha a imagem de uma das praias mais famosas do litoral paulista
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| Polícia realizou buscas na Praia do Mar Casado, em Guarujá, após turista chinês ser baleado durante tentativa de assalto. Foto: Reprodução. |
Na tarde de terça-feira (31), a Praia do Mar Casado, em Guarujá, palco habitual de turistas e famílias em busca de descanso, tornou-se cenário de violência e medo. Um turista chinês, de 40 anos, foi baleado durante um assalto. O episódio, que poderia ter terminado em tragédia, expõe não apenas a audácia dos criminosos, mas também a fragilidade do sistema de segurança em áreas de grande circulação de visitantes.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a vítima caminhava pela praia quando foi surpreendida por um criminoso armado. Em uma abordagem rápida e violenta, o assaltante exigiu o celular do turista. Diante de qualquer resistência — ou talvez por puro desprezo pela vida humana — o criminoso disparou, atingindo a perna da vítima, antes de fugir com o aparelho.
O turista foi prontamente socorrido por banhistas que presenciaram a cena. Uma equipe de resgate o encaminhou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Enseada, onde recebeu os primeiros socorros. Segundo informações divulgadas pela administração municipal, o projétil não atingiu vasos sanguíneos importantes nem estruturas ósseas, permitindo que o paciente fosse liberado após avaliação médica.
Apesar do alívio temporário proporcionado pelo atendimento rápido, a sensação de insegurança permanece impregnada nos frequentadores da praia e na comunidade local.
O caso foi registrado como tentativa de roubo a transeunte na Delegacia Sede de Guarujá. A Polícia Civil informou que diligências estão em andamento para identificar e capturar o suspeito. Contudo, como ocorre em tantos outros casos semelhantes, a impunidade parece ser um fantasma que assombra tanto os moradores quanto os turistas.
Guarujá, um dos principais destinos turísticos do litoral paulista, enfrenta uma crescente onda de criminalidade. Apesar das operações sazonais de reforço no policiamento durante a alta temporada, a realidade nua e crua é que esses esforços ainda são insuficientes para conter a ousadia dos criminosos.
O ataque ao turista chinês não é um caso isolado. Episódios de violência têm se tornado frequentes nas praias do litoral paulista, especialmente em locais de grande apelo turístico. Para uma cidade cuja economia depende, em grande parte, do fluxo de visitantes, cada incidente como esse representa não apenas um risco para vidas humanas, mas também uma ameaça direta à sua principal fonte de receita.
Empresários do setor turístico expressam preocupação com o impacto negativo desse tipo de ocorrência. Para eles, a imagem de uma cidade violenta afasta não apenas os visitantes estrangeiros, mas também os turistas domésticos, que cada vez mais optam por destinos considerados mais seguros.
A violência nas praias de Guarujá não pode ser analisada de forma isolada. Ela reflete problemas estruturais profundos: falta de policiamento ostensivo, ausência de câmeras de monitoramento eficientes e políticas públicas ineficazes no combate ao crime. Além disso, a sensação de impunidade faz com que criminosos ajam com extrema confiança, mesmo em áreas movimentadas e sob a luz do dia.
Enquanto as autoridades prometem intensificar as investigações, a população local e os turistas seguem reféns de um sistema que falha em cumprir seu papel mais básico: garantir segurança.
O turista chinês, que veio ao Brasil em busca de lazer e descanso, voltará para casa carregando não apenas um ferimento físico, mas também uma lembrança amarga de sua experiência no país.
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