"Operação Reembolso" revela organização criminosa que enganava empresas e lucrava com falsas devoluções de produtos
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Acusados presos na "Operação Reembolso" sendo conduzidos por policiais civis da viatura até a delegacia, logo após a chegada ao local. Foto: Reprodução/Redes Sociais. |
A Polícia Civil de São Paulo desmantelou, nesta quinta-feira (14), um sofisticado esquema de fraude contra empresas de comércio eletrônico, que operava na Baixada Santista e também em outros estados. A ação, batizada de "Operação Reembolso", resultou na prisão de 17 pessoas nas cidades de Praia Grande, Santos, Guarujá e até em Florianópolis (SC). Os detidos irão responder por estelionato e associação criminosa.
De acordo com as investigações conduzidas pela 3ª Delegacia de Crimes Cibernéticos (3ª DCCIBER) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o grupo teria causado um prejuízo estimado em R$ 1 milhão. O golpe era engenhosamente simples e, ao mesmo tempo, audacioso: os criminosos compravam produtos em plataformas de venda online, recebiam os itens e, logo em seguida, alegavam aos fornecedores que havia algum defeito ou irregularidade no pedido.
Com essa justificativa, simulavam um processo de devolução. No entanto, os produtos jamais eram enviados de volta. Mesmo assim, as empresas, confiando no relato e no procedimento formal, realizavam o reembolso do valor pago. Resultado: os golpistas permaneciam com o produto e ainda embolsavam o dinheiro da compra, causando um duplo prejuízo para o comércio eletrônico.
A Secretaria de Segurança Pública informou que, além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos. Computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos foram recolhidos e serão periciados para aprofundar as investigações e identificar possíveis novos envolvidos.
A ação evidencia não apenas a ousadia dos criminosos, mas também uma fragilidade que ainda persiste no comércio eletrônico brasileiro: a confiança excessiva nos relatos de consumidores, sem a devida verificação prévia antes de efetuar reembolsos. Especialistas alertam que golpes dessa natureza tendem a se multiplicar se não houver mecanismos mais rígidos de conferência e rastreamento de devoluções.
Os presos foram encaminhados à delegacia especializada, onde permanecem à disposição da Justiça. Caso sejam condenados, podem enfrentar penas que, somadas, ultrapassam dez anos de reclusão.
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