Secretaria de Meio Ambiente investiga impacto ambiental em bairros críticos, mas soluções definitivas parecem distantes
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Praias de Itanhaém sofrem com vazamentos recorrentes de esgoto, enquanto soluções definitivas seguem sem previsão. Foto: Prefeitura de Itanhaém. |
O verão ainda está no começo, mas em Itanhaém, a temporada de transtornos já está a pleno vapor. Vazamentos recorrentes de esgoto nos bairros Jequitibá, Satélite, Centro e Gaivota escancaram um problema antigo que parece ganhar fôlego a cada ano: a incapacidade de resposta rápida e efetiva tanto da Sabesp quanto da administração municipal.
Na última sexta-feira (3), técnicos da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente percorreram trechos das praias afetadas para avaliar os impactos ambientais e os serviços de manutenção realizados pela companhia de abastecimento de água e esgoto. Segundo o secretário da pasta, César Augusto de Souza Ferreira, as medidas administrativas para calcular os danos ambientais e definir as sanções já estão em andamento. "Estamos em contato com a Sabesp, que está tomando providências nas estações elevatórias de esgoto. Contudo, precisamos dimensionar o tamanho real do impacto", afirmou Ferreira.
Não é de hoje que os munícipes e turistas se deparam com manchas escuras e odores desagradáveis na orla de Itanhaém. Os vários relatos nas redes sociais e as frequentes queixas em ouvidorias demonstram que o problema tem dimensão crônica. Segundo a Sabesp, os sistemas de água e esgoto na região funcionam dentro da normalidade, mas sobrecargas são comuns em periíodos de alta temporada. A empresa aponta como causas o descarte irregular de lixo na rede e o volume excessivo de água pluvial.
Por outro lado, a administração municipal cobra a Sabesp para que realize obras definitivas na rede coletora de esgoto entre os bairros Cibratel e Gaivota. De acordo com Ferreira, a intervenção será a solução permanente para que os vazamentos não voltem a ocorrer.
Apesar do procedimento administrativo aberto para multar a Sabesp, o valor da sanção ainda não foi definido. Também não há prazo para que os resultados da investigação sejam divulgados ou para que as melhorias estruturais sejam iniciadas.
Enquanto isso, moradores e turistas assistem a uma cena que se repete: esgoto a céu aberto, riscos de contaminação e prejuízos para o turismo local. Com o verão, a expectativa é que o fluxo de visitantes aumente cada vez mais, o que pode agravar ainda mais a situação.
Até o momento, a Sabesp não apresentou uma solução definitiva nem se pronunciou sobre a possibilidade de multa aplicada pela prefeitura. A população, por sua vez, segue aguardando que a burocracia dê lugar à ação efetiva.
Resta saber se a medida administrativa anunciada pela Prefeitura será capaz de provocar mudanças reais ou se será apenas mais um capítulo em uma novela que todos já conhecem bem: a negligência que transforma as praias de Itanhaém em um triste cartão-postal.
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