Do corre à cadeia: Foragido do tráfico tropeça na própria ousadia e vai parar atrás das grades em Santos

GCM de Santos captura um especialista em sumiços seletivos e descumprimentos judiciais — agora, finalmente, com endereço fixo no sistema prisional

Agentes da GCM de Santos durante patrulhamento noturno em Vila Mathias, onde foragido por tráfico foi localizado e preso. Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos.

A noite de segunda-feira (19) parecia tranquila no bairro Vila Mathias, em Santos. Tranquila demais, até que o roteiro urbano ganhou um novo protagonista: um foragido da Justiça por tráfico de drogas, que decidiu desfilar sua liberdade provisória em plena luz da lua, ignorando solenemente a existência de um mandado de prisão.

A Guarda Civil Municipal, que realizava patrulhamento preventivo nas imediações da Rua 7 de Setembro, topou com o sujeito — que, segundo relatos, exibia uma atitude suspeita o suficiente para despertar mais curiosidade do que o último capítulo da novela das nove. O olhar clínico dos agentes transformou o que poderia ser apenas mais uma noite de ronda em um flagrante digno de um roteiro policial, desses que a realidade insiste em escrever com tintas de ironia e reincidência.

Após abordagem padrão e consulta aos arquivos da burocracia judiciária — esses que nunca esquecem uma dívida com a lei —, veio à tona o passado nada discreto do cidadão. Contra ele pesava uma ordem de regressão de regime, decretada por descumprimento de medida cautelar anterior. Em tradução livre: combinou com o juiz que ia andar na linha, mas resolveu seguir pela contramão.

Com direito a algemas — aplicadas conforme manda o figurino legal —, o suspeito foi conduzido ao 4º Distrito Policial de Santos. A história, no entanto, não parou por aí. Em contato com o Fórum, a autoridade de plantão confirmou a existência de um mandado de prisão, desta vez com o carimbo definitivo: tráfico de entorpecentes.

Não é de hoje que certos personagens preferem desafiar o sistema judicial como quem tenta burlar um aplicativo de trânsito. Mas diferentemente do Waze, a Justiça brasileira, ainda que lenta, é implacável — e, dessa vez, achou o paradeiro de quem acreditava ter sumido do radar.

O agora novamente detido encontra-se sob custódia, à disposição da Justiça, que certamente terá um longo bate-papo com ele sobre compromissos rompidos e promessas não cumpridas. Fica a lição, ao menos para os que ainda acreditam que mandado de prisão é só mais um pedaço de papel.

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