Últimas Notícias

8/recent/ticker-posts

Cavalgando sobre a memória de Thalita: corridas ilegais voltam à Praia de Itanhaém mesmo após tragédia

Após promessa de reforço na fiscalização, Prefeitura de Itanhaém ignora risco e permite que cavalos, motos e carros invadam novamente a faixa de areia

Movimentação de cavalos em plena faixa de areia de Itanhaém foi registrado em vídeo e divulgado em redes sociais, meses após a morte de uma jovem no mesmo local. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

A praia de Itanhaém, que deveria ser símbolo de descanso e lazer para moradores e turistas, voltou a ser ocupada por um cenário que mescla ilegalidade, imprudência e descaso. Mesmo após a morte trágica de Thalita Rochino, atropelada por um cavalo durante uma corrida clandestina em março deste ano, a faixa de areia está, mais uma vez, tomada por competições improvisadas com cavalos, motocicletas e automóveis — e sem nenhum sinal de fiscalização por parte do poder público.

À época do acidente que tirou a vida da jovem, a comoção gerada na cidade foi acompanhada de promessas formais da Prefeitura de Itanhaém. O discurso oficial era de que a fiscalização já existia e seria ampliada para evitar que absurdos como aquele se repetissem. O tempo, no entanto, expôs o vazio dessas palavras. Segundo denúncias de moradores, ao menos dois campeonatos ocorreram no mês de junho, com total liberdade de tráfego sobre a areia e nenhuma ação preventiva ou corretiva por parte da administração municipal.

A reincidência desse tipo de prática revela não apenas a ausência de vigilância, mas um preocupante padrão de negligência por parte das autoridades. A tragédia que ceifou a vida de uma jovem não foi suficiente para instaurar uma política pública séria e eficaz de fiscalização nas praias. Pelo contrário: a apatia institucional diante da ilegalidade dá margem para que os responsáveis por tais corridas ajam com total sensação de impunidade.

Enquanto a população esperava por mudanças estruturais e medidas concretas, o que se viu foi a manutenção da permissividade. Não há sinalização, não há agentes municipais, não há barreiras físicas, nem qualquer tipo de estrutura voltada à preservação da vida e da ordem pública naquele espaço. O mesmo local onde Thalita caiu segue entregue ao improviso e à barbárie.

É importante frisar que não se trata de um incidente isolado, mas de um problema crônico que se arrasta com a anuência do poder público. A reincidência dessas corridas, após uma morte tão simbólica, não só agride a memória da vítima como reitera o descaso com a segurança de toda a comunidade.

A omissão da Prefeitura de Itanhaém não pode ser ignorada. A administração municipal, ao não cumprir sua própria promessa de intensificar a fiscalização, assume a responsabilidade por eventuais novas tragédias que venham a ocorrer. A praia, que deveria ser um espaço protegido, transformou-se novamente em pista de risco e palco de desordem.

Enquanto isso, a população segue vulnerável, refém de um sistema que se cala diante do perigo e se ausenta quando mais se espera sua atuação. E Thalita, cujo nome deveria inspirar mudança, torna-se símbolo de uma luta que ainda precisa ser travada: a exigência de responsabilidade e ação por parte de quem tem o dever de proteger.


Tags: #corridasilegais #Itanhaém #praia #fiscalização #ThalitaRochino #descaso #prefeituraomissa #riscoàvida #justiçasocial #vergonhamunicipal

Postar um comentário

0 Comentários