Mesmo após agressão e fim do relacionamento, suspeito perseguiu vítima até posto médico; histórico violento inclui tentativa de homicídio
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Suspeito foi preso após perseguição na Zona Noroeste; ele tentou fugir de moto após cercar a ex-namorada na UPA. Foto: Prefeitura de Santos/Arquivo. |
A tentativa de um recomeço livre de medo foi interrompida de forma brutal na última sexta-feira (4), quando uma mulher, recém agredida pelo ex-companheiro, precisou buscar atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste, em Santos. O que era para ser um refúgio tornou-se mais um cenário de terror: o agressor a perseguiu até o local, numa clara demonstração de intimidação e reincidência de violência.
A prisão do homem foi possível graças à rápida ação de uma equipe da Guardiã Maria da Penha, programa especializado na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica, em atuação conjunta com a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Polícia Militar. O suspeito foi localizado nas imediações da UPA, tentando fugir de motocicleta após ser identificado pelo sistema do Centro de Controle Operacional (CCO).
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima, que manteve um relacionamento com o agressor por cerca de um ano, havia encerrado a relação há apenas uma semana. A decisão teria sido motivada pelo comportamento controlador, ciumento e agressivo do homem, que não aceitou o término. A reincidência da violência, culminando na agressão e na tentativa de aproximação em um momento de vulnerabilidade da vítima, escancarou o ciclo de abusos a que ela estava submetida.
O acusado possui passagens pela polícia por tentativa de homicídio e estava em liberdade condicional no momento do crime. A reincidência não apenas agrava sua situação judicial, como reforça a percepção de impunidade que muitas vezes permeia casos de violência de gênero no país.
Após a prisão, o homem foi encaminhado à delegacia e permanece à disposição da Justiça. A vítima, por sua vez, foi levada à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde solicitou as medidas protetivas previstas pela Lei Maria da Penha. O caso segue sob investigação.
Enquanto isso, mais uma vez, o espaço que deveria representar socorro e acolhimento — uma unidade de saúde — foi contaminado pela violência doméstica que insiste em se infiltrar nos lugares mais improváveis. O episódio ressalta a urgência de fortalecer as redes de proteção e apoio às mulheres, bem como a atuação implacável do Estado contra agressores reincidentes.
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