Prefeito declara situação de emergência em saúde pública enquanto a cidade sofre com a negligência administrativa
Enquanto a Dengue avança, a negligência política se revela. É hora de exigir ações efetivas e não apenas discursos vazios. |
Em um cenário onde a saúde pública se tornou refém da inépcia administrativa, o Prefeito Municipal de Itanhaém, Tiago Rodrigues Cervantes, finalmente reconheceu a gravidade da situação e declarou estado de emergência diante da epidemia de Dengue que assola a cidade. Contudo, enquanto o anúncio é feito em meio a um aparente alarde, não se pode deixar de questionar: por que foi necessário chegar a tal extremo para que medidas fossem tomadas?
As medidas administrativas anunciadas parecem mais uma tentativa desesperada de remediar uma situação que já está fora de controle. Autorizar a aquisição de insumos e a contratação de serviços é apenas um paliativo diante de uma doença que há tempos deveria ter sido combatida de forma eficaz. A prorrogação de contratos também levanta questionamentos sobre a efetividade das gestões anteriores, que aparentemente não foram capazes de lidar de maneira preventiva com a questão.
O combate ao mosquito Aedes aegypti é uma responsabilidade básica das autoridades de saúde, não algo que deveria ser anunciado como uma grande ação de emergência. A Secretaria Municipal de Saúde, que agora "coordenará" as ações, parece ter despertado para a realidade apenas quando a epidemia já estava instalada. O que se espera é que essa "coordenação" não seja apenas uma tentativa de maquiar a negligência política que permitiu que a situação chegasse a esse ponto.
As diretrizes anunciadas são um outro ponto de questionamento. Por que esperar pela emergência para elaborar planos de enfrentamento? Por que as medidas excepcionais aos gestores de serviços de saúde não foram implementadas antes, quando ainda havia a possibilidade de conter a propagação do vírus? São questionamentos que evidenciam não apenas a falta de visão estratégica por parte das autoridades, mas também a ausência de um planejamento eficaz em saúde pública.
Em uma situação onde vidas estão em jogo, a resposta política parece ser sempre reativa, ao invés de proativa. A saúde pública não pode ser tratada como um jogo de cena, onde medidas emergenciais são anunciadas apenas para acalmar a população em meio ao caos. É necessário um compromisso real com a prevenção, com a promoção da saúde e com o bem-estar da comunidade.
Enquanto a cidade de Itanhaém enfrenta mais uma crise de saúde pública, é fundamental que a população se mantenha vigilante e exija não apenas medidas paliativas, mas sim políticas públicas consistentes e eficazes. A epidemia de Dengue é apenas mais um sintoma de um sistema político que prioriza o discurso em detrimento da ação, a retórica em detrimento da efetividade. A população merece mais do que discursos vazios e ações tardias. Merece uma gestão pública comprometida com o bem-estar de todos os cidadãos.
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