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No caminho do cobre: a ofensiva criminosa que deixa a Baixada Santista no escuro

Ação silenciosa e coordenada de ladrões eleva em 115% os furtos de cabos de energia em maio, mergulhando bairros em apagões e perigo iminente e fatal

Fios cortados: a cena, cada vez mais comum na Baixada Santista, ilustra o perigo real e iminente deixado para trás pelos ladrões de cabos elétricos, que além de causarem apagões, criam verdadeiras armadilhas urbanas. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

Uma onda de crimes silenciosos, executados sob o manto da noite ou na audácia da luz do dia, está deixando um rastro de escuridão e perigo pela Baixada Santista. Longe dos holofotes dos crimes mais violentos, uma ofensiva meticulosamente direcionada ao furto de cabos elétricos estabeleceu um novo e alarmante patamar em maio, revelando uma escalada que desafia as autoridades e aterroriza os moradores. Os números, frios e contundentes, descortinam o tamanho da operação: 275 ocorrências em apenas um mês, um salto vertiginoso de 115% em comparação com os 128 casos registrados em abril.

A teia criminosa, que busca no cobre seu valioso butim, espalhou seus tentáculos por cinco cidades monitoradas pela concessionária Neoenergia Elektro. A cidade do Guarujá, conhecida como a "Pérola do Atlântico", figura agora como o epicentro desta crise de segurança e infraestrutura. Sozinho, o município foi palco de 105 furtos, o que corresponde a quase 40% de todos os incidentes na região. O avanço em solo guarujaense foi de 91% sobre o mês anterior, um indicativo de que os grupos criminosos intensificaram suas ações de forma drástica e organizada na localidade.

Contudo, a mancha criminal não se limitou a uma única cidade. O efeito contágio se mostra evidente e preocupante nos municípios vizinhos. Em Itanhaém, a situação atingiu um ponto crítico, com um aumento impressionante de 227% nos casos, que saltaram de 15 para 49 em trinta dias. Mongaguá também vive um cenário de alerta máximo, onde as ocorrências cresceram 141%, passando de 32 para 77. Em Peruíbe, o avanço foi de 55%, com 34 registros. Até mesmo em Praia Grande, onde a atuação da concessionária se restringe ao bairro Solemar, a ousadia dos ladrões se fez notar, com os casos mais que dobrando, em um aumento de 150%.

Para além dos transtornos de uma geladeira desligada ou de uma noite sem luz, a ação desses criminosos deixa para trás verdadeiras armadilhas. Em comunicado oficial, a Neoenergia Elektro soou o alarme sobre as consequências que transcendem a simples interrupção do fornecimento de energia. A empresa destaca que a principal preocupação é com a segurança da população. Fios de alta tensão, cortados e expostos de maneira irresponsável, transformam calçadas e áreas públicas em zonas de risco de choques elétricos, que podem ser fatais.

Diante do que se configura como um ataque direto à infraestrutura e à segurança pública, uma frente de combate foi reforçada. A concessionária de energia informou que intensificou a colaboração e as ações conjuntas com os órgãos de segurança do estado, buscando traçar estratégias para identificar e prender os responsáveis, bem como os receptadores do material furtado, que são peças-chave para a manutenção deste mercado ilegal.

Ao mesmo tempo, a empresa faz um apelo para que a população se torne uma aliada nesta batalha. A orientação é clara: qualquer movimentação suspeita perto de postes ou caixas de energia deve ser imediatamente denunciada às autoridades. E o alerta mais importante: jamais se aproximar ou tocar em cabos que estejam soltos ou pendurados. A batalha contra os "ladrões de luz" está em curso, e enquanto a escuridão deixada por eles é um prejuízo temporário, o perigo que eles instalam nas ruas é uma ameaça permanente que exige vigilância de todos.


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