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Farsa imoral: golpista é preso por enganar pacientes com câncer em esquema cruel na Baixada Santista

Criminoso usava o nome de um hospital tradicional para enganar pacientes com câncer e roubar dinheiro usando maquininhas de cartão durante falsas entregas

Motocicleta, mochila de entregas e objetos apreendidos com o suspeito durante a operação da Polícia Civil em Santos. Foto: Polícia Civil/Divulgação.

Em um enredo que mistura frieza calculada, falsidade institucional e exploração da dor humana, a Polícia Civil de Santos prendeu, na manhã da última terça-feira (10), um homem de 33 anos acusado de aplicar um golpe macabro em pacientes que aguardavam ou temiam um diagnóstico de câncer. A prisão ocorreu no bairro Vila Mathias e representa um avanço importante nas investigações conduzidas pelo 2º Distrito Policial, que agora busca os demais integrantes de uma quadrilha especializada em manipular emocionalmente suas vítimas para obter vantagem financeira.

Segundo a polícia, o golpe seguia um roteiro friamente planejado. A vítima, geralmente alguém vulnerável à espera de resultados médicos, recebia uma ligação de um suposto funcionário da Santa Casa de Santos — hospital de referência na região. Do outro lado da linha, o farsante afirmava que os exames da vítima estavam prontos, mas haviam revelado alterações que demandavam retorno urgente ao médico.

O argumento da urgência era a chave do crime: diante do medo e da ansiedade natural diante de um possível diagnóstico de câncer, as vítimas eram induzidas a aceitar um serviço de entrega do exame, que partiria de uma clínica no Guarujá, mediante pagamento simbólico de R$ 9,90. O valor acessível e o contexto de saúde delicada faziam parecer legítima a proposta. No entanto, a entrega era apenas a fachada para a fraude.

O golpe se consolidava no momento do pagamento. O motoboy — na verdade, parte ativa da organização criminosa — entregava o envelope com o suposto exame e pedia o pagamento com cartão, utilizando uma maquininha. Neste instante, dados do cartão da vítima eram clonados ou, em alguns casos, os criminosos conseguiam realizar transações indevidas e saques futuros.

A prisão do suspeito foi autorizada após a expedição de mandados de busca, apreensão e prisão temporária pelo Poder Judiciário. Com ele, foram apreendidos diversos itens que o ligam diretamente ao crime: uma motocicleta, um capacete, uma mochila de entregas, roupas usadas no momento de ação e um celular, que agora passa por perícia.

Apesar da prisão, a investigação prossegue. Há indícios de que o golpe vinha sendo praticado de forma contínua em diferentes bairros da cidade de Santos, o que amplia a complexidade do caso. A Polícia Civil não revelou, até o momento, há quanto tempo o esquema está em operação, tampouco o número exato de vítimas que podem ter sido lesadas.

O homem permanece detido e à disposição da Justiça. Enquanto isso, os investigadores buscam identificar outros envolvidos no esquema, incluindo os responsáveis pelas ligações fraudulentas e os operadores financeiros do grupo. A polícia trabalha também para rastrear possíveis contas bancárias utilizadas para o desvio dos valores subtraídos.

A frieza do crime choca não apenas pela engenharia do golpe, mas pela escolha do alvo: pessoas fragilizadas, lidando com o medo da doença e confiando em instituições médicas respeitadas. A apropriação indevida do nome da Santa Casa de Santos agrava ainda mais a gravidade do caso, pois compromete a confiança da população em serviços de saúde essenciais.

O episódio é um alerta à população para redobrar os cuidados com abordagens telefônicas e serviços de entrega atrelados a temas de saúde. Diante de qualquer dúvida, o mais seguro é contatar diretamente a unidade de saúde ou clínica em questão e evitar pagamentos fora de canais oficiais. 


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