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Guerra por uma cadeira: aula termina em esfaqueamento em escola de Itanhaém

Estudante de 15 anos esfaqueou colega pelas costas após discussão por lugar na sala; caso expõe falhas no ambiente escolar e acende alerta sobre violência juvenil

Escola Estadual José Carlos Braga de Souza, onde aluno foi esfaqueado após discussão com colega por lugar na sala; caso reacende debate sobre segurança nas escolas. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

Na manhã desta quinta-feira (12), um cenário que deveria ser dedicado ao aprendizado e à convivência pacífica se transformou em palco de violência inesperada e brutal. Dentro da Escola Estadual José Carlos Braga de Souza, localizada no bairro Savoy, em Itanhaém, um aluno de 15 anos foi esfaqueado pelas costas por um colega da mesma idade. O motivo da agressão? Uma disputa por assento em sala de aula.

O episódio, que aconteceu por volta das 7h30, chocou alunos, professores e pais. Segundo informações da Polícia Militar, o adolescente atingido sofreu ferimentos superficiais e foi prontamente socorrido, inicialmente por uma equipe do Corpo de Bombeiros e, em seguida, encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, de onde foi liberado após atendimento médico. O agressor, por sua vez, foi detido ainda nas dependências da escola.

Relatos colhidos pela polícia indicam que a tensão entre os dois adolescentes já vinha se desenrolando desde o dia anterior, quando o agressor teria ameaçado o colega por conta de desentendimentos sobre onde sentar na sala. O que poderia ser considerado um atrito banal entre estudantes, contudo, escalou de forma preocupante, culminando em um ato de violência com arma branca dentro do espaço escolar.

Testemunhas informaram que o agressor carregava a faca em sua mochila, o que reforça a tese de premeditação. Ao ser contido, ele não esboçou resistência, mas o choque entre os demais alunos era visível: muitos choravam ou buscavam refúgio fora das salas, enquanto a direção tentava restabelecer a ordem.

Tão logo o ataque foi reportado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas a equipe chegou ao local quando o aluno já estava sob os cuidados dos bombeiros. Paralelamente, a Polícia Militar conduziu o agressor, junto com seus pais e os responsáveis pela vítima, até o 3º Distrito Policial de Itanhaém, onde o caso foi oficialmente registrado.

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lamentou o ocorrido e afirmou, em nota, que o estudante agredido encontra-se em quadro estável. A pasta informou também que acionou a Ronda Escolar e o Conselho Tutelar, além de disponibilizar atendimento psicológico por meio do programa “Psicólogos nas Escolas”.

A Diretoria de Ensino de São Vicente, que supervisiona a unidade escolar, e a própria gestão da escola estão prestando apoio psicológico e institucional às famílias envolvidas. O caso também foi inserido no aplicativo do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva), uma plataforma digital criada para monitorar e prevenir situações de conflito no ambiente estudantil.

O episódio em Itanhaém não é um caso isolado. A crescente violência dentro das escolas públicas brasileiras tem levantado debates urgentes sobre o papel da mediação de conflitos, o preparo de professores para lidar com situações extremas e, principalmente, sobre o acompanhamento psicológico contínuo dos alunos. A banalização da violência e a facilidade com que adolescentes têm acesso a armas brancas agravam um cenário que deveria ser seguro por definição.

Especialistas em educação apontam que disputas como a registrada em Itanhaém refletem não apenas falhas de convivência, mas uma ausência alarmante de projetos pedagógicos que promovam empatia, escuta e resolução pacífica de conflitos. Além disso, o esvaziamento de políticas públicas voltadas à saúde mental nas escolas agrava o quadro.

Enquanto a comunidade escolar tenta assimilar o choque, o caso entra para as estatísticas de violência juvenil, e reforça a necessidade de repensar a segurança e o acolhimento nas escolas — não como um ato emergencial, mas como uma política permanente.


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