Erro fatal e recusa em teste de bafômetro acendem alerta para imprudência e a necessidade de fiscalização eficaz nas estradas
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Veículos envolvidos em grave colisão frontal na Via Expressa Sul em Praia Grande ficaram completamente destruídos após serem tomados pelas chamas. Foto: CCI/Artesp. |
Na calada da madrugada de domingo, a Via Expressa Sul, em Praia Grande, foi palco de um cenário dantesco. Um equívoco fatal, somado a uma recusa que levanta questionamentos, culminou em uma colisão frontal, incêndio e um saldo de cinco feridos, três deles em estado grave. Mais do que um mero boletim de ocorrência, o incidente desenha um painel sobre os perigos da imprudência no trânsito e as lacunas que ainda persistem na infraestrutura viária.
O relógio marcava as primeiras horas do dia, quando um Volkswagen Fox, conduzido por um motorista que alegava ter saído de um evento, ingressou na contramão da rodovia, no quilômetro 1,6. Em um erro que seria determinante, o condutor seguiu pela faixa da direita, imerso na crença equivocada de estar no sentido correto. A escuridão da noite e, talvez, a desatenção, ocultaram a ameaça iminente que se aproximava: um Chevrolet Onix que trafegava, de maneira correta, no sentido oeste.
O impacto foi devastador. A violência da colisão frontal não apenas retorceu as estruturas dos veículos, mas também desencadeou um incêndio avassalador que consumiu ambos os automóveis em poucos instantes. A visão dos carros em chamas, transformados em esqueletos fumegantes, atestava a ferocidade do acidente.
O Corpo de Bombeiros, acionado às pressas, agiu com celeridade para debelar as chamas, enquanto equipes da Concessionária Novo Litoral (CNL), responsável pela gestão da rodovia, mobilizavam recursos de resgate, ambulâncias e guinchos para o local. A Via Expressa Sul, artéria vital para a região, permaneceu totalmente interditada por mais de cinco horas, entre os quilômetros 4 e 1,6, gerando transtornos e evidenciando a dimensão do ocorrido. Somente por volta das 8h30 da manhã, a normalidade foi restabelecida no tráfego.
No epicentro do caos, o drama humano. O Centro de Controle de Informações (CCI) da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) confirmou o número de feridos: cinco pessoas, com três delas em estado grave e duas com lesões moderadas. As equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da concessionária atuaram no resgate e no socorro das vítimas.
A Prefeitura de Praia Grande detalhou o destino inicial dos feridos. Um homem e uma mulher, em estado grave, foram encaminhados primeiramente à UPA Samambaia e, posteriormente, transferidos para o Complexo Hospitalar Irmã Dulce, onde recebem atendimento especializado. As demais vítimas foram socorridas e atendidas no Pronto-Socorro Central de Praia Grande.
No campo da investigação, a Polícia Militar Rodoviária trouxe à tona um ponto de controvérsia: o motorista do Volkswagen Fox, principal responsável pelo acidente ao trafegar na contramão, recusou-se a realizar o teste do bafômetro. Essa negativa, por si só, é uma infração grave, resultando na autuação com base no artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro. A recusa impede a aferição direta do consumo de álcool, mas não afasta a presunção de embriaguez ou de alteração da capacidade psicomotora. Por sua vez, o condutor do Onix não pôde ser submetido ao teste devido às lesões faciais decorrentes do impacto.
A Polícia Civil registrou o caso como colisão com lesão corporal culposa, sob o Boletim de Ocorrência IH 8396-1/2025. A investigação deverá aprofundar-se nas circunstâncias do acidente, buscando compreender o que levou o motorista do Fox a cometer um erro tão grave e quais fatores contribuíram para a tragédia.
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