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Vereador de Itanhaém é alvo de inquérito: Rachadinha e PIX na mira da Justiça!

 MP investiga Henrique Garzon por rachadinha; O Promotor exige explicação sobre transações suspeitas envolvendo conta de enteado

Vereador Henrique Garzon, em mais um episódio de "rachadinha", o prato repetido da política brasileira.

Ah, as rachadinhas... Esse tempero que tempera com maestria as mais variadas cozinhas políticas do Brasil. Desta vez, o "chef" da vez é o vereador de Itanhaém, Henrique Garzon, que acaba de ser incluído no cardápio de investigações do Ministério Público. A receita é conhecida: salários de assessores, transferências bancárias suspeitas e, claro, a inevitável negativa do acusado. O promotor Carlos Eduardo Viana Cavalcanti, ao que tudo indica, pretende colocar Garzon sob os holofotes da Justiça, exigindo que o parlamentar explique algumas movimentações financeiras que, no mínimo, deixariam qualquer auditor da Receita Federal com uma sobrancelha levantada.

Garzon, sempre seguro de si, já adianta que provará sua inocência. Afinal, qual é o político que, pego em flagrante ou não, não jura pela moral e bons costumes que tudo não passa de um mal-entendido? Não seria diferente agora. O vereador nega categoricamente as acusações de que desviava parte dos salários de sua equipe, repassando quantias via PIX ao seu enteado para remunerar dois assessores informais. Um golpe digno de um roteiro hollywoodiano – ou, pelo menos, de uma novela das seis.

Vamos direto ao ponto: a famosa "rachadinha" é o tipo de prática que, infelizmente, parece ter se tornado parte do folclore político brasileiro. Garzon é acusado de se apropriar de parte dos salários de sua equipe, ou seja, dos funcionários que supostamente deveriam trabalhar ao seu lado para o bem da cidade. Em vez disso, o que o Ministério Público quer saber é por que, afinal, parte dessas verbas estaria sendo redirecionada para a conta de seu enteado. De lá, o dinheiro seguiria para pagar outros assessores, claro, informais. Porque, se tem algo que aprendemos, é que a informalidade no Brasil não é privilégio do mercado de trabalho, mas também das esferas de poder.

Ofício do promotor de justiça solicitando a instauração de inquérito policial contra o vereador Henrique Garzon por suspeita de peculato.

O promotor Cavalcanti pediu a instauração do inquérito policial, e agora Garzon precisará apresentar justificativas plausíveis para explicar o que parece ser, no mínimo, uma manobra questionável. Afinal, quem em sã consciência usa a conta de um enteado para esse tipo de transação e acha que ninguém vai notar? Isso sim seria um ato de ousadia!

A história soa familiar, não é mesmo? Isso porque as rachadinhas são um prato repetido no cardápio das câmaras municipais, assembleias legislativas e até no Congresso Nacional. A prática consiste, basicamente, em obrigar servidores comissionados a devolverem parte dos seus salários ao político que os nomeou. Um esquema antigo, mas que continua sendo a iguaria preferida de muitos parlamentares. E, para surpresa de absolutamente ninguém, essas acusações sempre vêm acompanhadas de negações veementes e promessas de provas irrefutáveis que, curiosamente, nem sempre aparecem.

Enquanto isso, o eleitor – que, ao contrário dos assessores de Garzon, não tem a quem recorrer para reaver o que lhe foi tomado – observa de longe mais um escândalo político se desenrolar, com a esperança de que dessa vez, quem sabe, a Justiça venha a ser feita. Mas, sejamos sinceros, quem já não assistiu a esse filme antes?

Se há algo que aprendeu quem acompanha de perto o desenrolar de escândalos políticos no Brasil, é que a Justiça pode ser lenta, mas muitas vezes não falha. O que resta saber é se Garzon será capaz de realmente justificar as transações bancárias que estão sob escrutínio. Ou se, mais uma vez, a narrativa da perseguição política ganhará força, e a história acabará sendo arquivada como tantos outros casos semelhantes. Se formos apostar, as chances de um desfecho frustrante não são pequenas.

Ainda assim, o Ministério Público promete seguir firme na investigação, e agora cabe à Polícia Civil fazer o trabalho sujo de levantar mais provas e depoimentos que possam amarrar as pontas soltas desse caso. Enquanto isso, Garzon continuará com seu discurso de vítima, buscando apoio entre seus pares e, claro, entre os eleitores que, por algum motivo misterioso, ainda acreditam que ele possa sair dessa como um herói injustiçado.

O que esperar do desfecho dessa novela? Se formos seguir o roteiro tradicional, Garzon será investigado, a mídia acompanhará os primeiros passos do processo, até que tudo se esfume em meio a outros escândalos, possivelmente ainda maiores. Se houver justiça, Garzon enfrentará as consequências de seus atos. Se não houver, ele seguirá o mesmo caminho de tantos outros políticos que, mesmo acusados, continuam a exercer seus mandatos e, em alguns casos, são até reeleitos.

O que nos resta é acompanhar, com uma pitada de ceticismo, o desenrolar desse caso. Até lá, a receita das rachadinhas continuará a ser preparada nas cozinhas da política brasileira, com seus ingredientes conhecidos e seu sabor amargo para quem ainda espera que o serviço público seja, de fato, público e não privado.



Tags: #política #corrupção #rachadinha #Itanhaém #investigação #MinistérioPúblico

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