Operação em Guarujá revela sofisticada rota marítima para transporte de cocaína rumo à capital paulista
Malas escondiam 500 tijolos de cocaína que foram apreendidas, pela Dise de Santo André, em operação no Guarujá. Foto: Divulgação/SSP-SP. |
Segundo as investigações, a cocaína era transportada do Paraguai até cidades do litoral paulista em embarcações cuidadosamente planejadas para evitar a vigilância. A partir das marinas clandestinas ou mal fiscalizadas, a droga seguia por rodovias até a região metropolitana de São Paulo, onde era fracionada e preparada para distribuição no mercado interno e possivelmente até para exportação.
Lancha apreendida em marina no Guarujá, onde foram encontrados 500 tijolos de cocaína. Foto: Divulgação/SSP-SP. |
Em junho do ano passado, as autoridades haviam identificado parte dessa rota durante uma operação que culminou na apreensão de 110 tijolos de cocaína. Desde então, a Dise intensificou os trabalhos para mapear o trajeto completo e identificar os principais responsáveis pelo esquema criminoso.
Ontem, em um desdobramento das investigações, os policiais descobriram que traficantes fariam uma nova entrega em Guarujá, utilizando uma lancha como transporte. Posicionados estrategicamente, os agentes observaram o momento em que a embarcação iniciou o transbordo da carga para outro barco. A abordagem foi feita com um bote policial, mas os criminosos conseguiram fugir, abandonando a lancha na marina.
Na embarcação, os agentes encontraram malas repletas de cocaína — um total de 500 tijolos. A administração da marina relatou que a lancha havia sido atracada sem autorização, sob a justificativa de problemas mecânicos. "O suspeito não era frequentador do local e disse que precisava de reparos urgentes", informou um funcionário que preferiu não se identificar.
Todo o material apreendido foi encaminhado ao Instituto de Criminalística (IC) para análise. O caso foi registrado como localização e apreensão de objeto e tráfico de drogas. Apesar da fuga dos criminosos envolvidos no transbordo, os agentes acreditam que a apreensão trará impactos significativos para a organização criminosa.
Ainda não se sabe a dimensão completa da rede, mas a conexão com o Paraguai reforça a hipótese de um esquema estruturado que utiliza não apenas vias terrestres e marítimas, mas também um sistema de distribuição em grandes centros urbanos. A Dise segue em campo, monitorando possíveis novos pontos de entrega e aprofundando as investigações para desmantelar por completo o esquema.
Esta não é a primeira vez que a rota entre o litoral e a região metropolitana de São Paulo é alvo da Dise. Em junho passado, a apreensão de mais de 100 kg de cocaína e a prisão de um homem de 40 anos expuseram a utilização de fundos falsos em veículos para transporte das drogas. Na ocasião, o carregamento foi interceptado em Praia Grande e levado até um galpão no ABC Paulista, onde os agentes finalmente realizaram a abordagem.
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