Omissão da prefeitura e Sabesp condena família à perda de lar e sonhos no Bopiranga
Residência alagada em Itanhaém, com pertences destruídos pela inundação. Foto: Arquivo pessoal. |
Em Itanhaém, no bairro Bopiranga, o drama de Cíntia Cassamassimo e sua família é um retrato cruel da inércia e omissão das autoridades públicas e da Sabesp. Desde o dia 4 de dezembro, a vida de Cíntia se transformou em um verdadeiro pesadelo. O que começou como um simples vazamento de água culminou em uma inundação devastadora que destruiu não apenas os móveis e pertences da família, mas também os alicerces de sua própria estabilidade.
O imóvel de Cíntia, localizado na Rua José Domiciano da Silva, sofre com o acúmulo constante de água, inicialmente identificada como esgoto devido ao odor fétido e à coloração suja. Após uma vistoria preliminar da Sabesp, uma intervenção com máquinas pesadas apenas agravou o problema. Agora, água limpa inunda o terreno e adentra a residência. Apesar dos enormes prejuízos e da impossibilidade de permanecer na casa, Cíntia relata que, até o momento, nenhuma solução definitiva foi apresentada.
Com recursos próprios, Cíntia tentou minimizar os danos. Adquiriu dois caminhões de aterro, realizou a instalação de 24 metros de encanamento externo e 13 metros de encanamento interno, mas o problema persiste. O vazamento de água da Sabesp atravessa um terreno vizinho abandonado, tomado pelo mato alto, roedores, aranhas, sapos e até cobras, colocando em risco não apenas a saúde de sua família, mas de toda a vizinhança.
A Prefeitura de Itanhaém, após uma vistoria no local, alegou que notificou o proprietário do terreno em estado de abandono. Entretanto, afirma não possuir competência para intervir diretamente na propriedade privada. A Defesa Civil, por sua vez, declarou que é necessária a avaliação de um engenheiro municipal para diagnosticar a situação. Enquanto as instituições jogam a responsabilidade umas sobre as outras, Cíntia e seus filhos sofrem as consequências.
A solução sugerida à família foi ainda mais absurda: realizar obras no terreno abandonado, que sequer lhes pertence. Impor esse ônus à família, já devastada financeiramente, é um reflexo claro do desprezo das autoridades pela situação.
Enquanto isso, os filhos de Cíntia estão alojados na casa de parentes e ela, sem outra alternativa, permanece em um abrigo temporário na casa de amigos. Sua residência, que deveria ser um refúgio, está agora inabitável devido às falhas de quem deveria zelar pelo bem-estar coletivo.
Este caso não é apenas um problema de uma família, mas um exemplo gritante de negligência institucional. A falta de fiscalização de terrenos abandonados, a demora na solução de problemas de infraestrutura e o descaso das autoridades em oferecer suporte adequado evidenciam um ciclo de omissão que penaliza os mais vulneráveis.
Enquanto Cíntia luta para reconstruir sua vida, o silêncio da Sabesp, da Prefeitura de Itanhaém e da Defesa Civil é ensurdecedor. O drama de uma família desalojada é também uma acusação direta àqueles que deveriam estar na linha de frente para evitar tais tragédias.
Este blog está em contato com os órgãos envolvidos e, assim que tiver uma resolutiva, este texto será atualizado.
0 Comentários