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Desrespeito e humilhação: Advogado é chamado de "trouxa" em recibo de ótica em Santos

 Advogado relata ofensa em recibo de loja após solicitar substituição de óculos quebrado: "Me senti humilhado, vou acionar a Justiça"

Advogado Erasmo Fonseca, de 47 anos, denuncia humilhação em ótica após ser chamado de 'trouxa' em recibo de troca de produto.

Em um episódio que mistura descaso e falta de respeito ao consumidor, o advogado Erasmo Fonseca, de 47 anos, foi surpreendido ao ser chamado de "cliente trouxa" em um recibo emitido por uma ótica em Santos. O caso, que poderia ser apenas mais um relato de insatisfação comum no cotidiano de compras, assumiu proporções inusitadas ao escancarar o que parece ser o retrato do despreparo no atendimento ao público. 

Tudo começou quando Fonseca, que havia comprado uma armação de óculos para seu filho de 14 anos na mesma ótica dois anos antes, retornou à loja para substituir as lentes. A troca foi motivada pela alteração no grau do jovem, mas, uma semana depois, a armação quebrou. "O óculos quebrou enquanto ele usava, no exato ponto em que o parafuso se encontra, o que me fez acreditar que o problema foi causado pela manipulação inadequada durante a troca das lentes", explica o advogado. 

Ao retornar ao estabelecimento, Fonseca foi informado por uma funcionária que a loja não faria a troca da armação, alegando que o problema havia sido causado por mau uso. O que poderia ser uma situação resolvível se transformou em um pesadelo para o advogado, que, ao insistir nos seus direitos como consumidor e ameaçar acionar a Justiça, acabou presenciando uma das mais insólitas respostas que poderia imaginar: a troca foi realizada, mas, ao assinar o recibo, ele leu com espanto que, em vez de "troca realizada", estava descrito "cliente trouxa".

O que aconteceu a seguir só aprofundou a sensação de indignação de Erasmo Fonseca. Segundo ele, a funcionária tentou retirar o recibo de suas mãos, justificando que teria cometido um erro de digitação ao confundir as palavras "trouxe" ou "troca" com "trouxa". A alegação, no entanto, não convenceu o advogado, que afirma ter se sentido profundamente ofendido. "Ela pode até pensar que eu sou um trouxa, mas colocar isso no papel foi abusivo e vergonhoso. Fui humilhado em público", desabafa. 

No entanto, o cenário aqui vai além do tratamento desrespeitoso a um cliente. Há uma questão central sobre a responsabilidade do comércio em relação ao atendimento ao público. Situações como essa não apenas colocam em xeque a qualidade dos produtos, mas, sobretudo, a postura ética de uma empresa. Quando um cliente tem que recorrer a ameaças judiciais para ser atendido, é evidente que a relação comercial está corrompida. Afinal, o princípio básico de qualquer negócio deve ser a satisfação do cliente — e não o tratamento vexatório.

O Código de Defesa do Consumidor é claro quanto às responsabilidades de fornecedores e prestadores de serviços, assegurando o direito à troca de produtos defeituosos, especialmente quando há evidências de que o defeito ocorreu por má manipulação durante o processo de atendimento. No entanto, a prática parece ser frequentemente ignorada, e episódios como o de Erasmo Fonseca são mais comuns do que se imagina.

A história, longe de ser um caso isolado, ilustra a precariedade com que algumas empresas lidam com situações de insatisfação e reclamações de clientes. Quando o despreparo chega ao ponto de se manifestar com ofensas escritas no próprio documento da loja, não é apenas o cliente que perde, mas toda a estrutura de confiança que sustenta o mercado.

Segundo o advogado, ele pretende acionar a Justiça e buscar reparação por danos morais. Embora o valor de uma indenização não cubra o constrangimento e a sensação de desrespeito, ele espera que, ao menos, sirva de alerta para que outras empresas tomem medidas preventivas contra esse tipo de comportamento. "Não se trata só de mim. É uma questão de princípio. Se a gente aceita ser chamado de trouxa, o que mais vamos aceitar?", questiona Fonseca.



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