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Ex-presidente do Santos é banido do clube em decisão drástica: gestão temerária ou conspiração interna?

 Andres Rueda e outros membros da diretoria são expulsos do quadro associativo. Sob acusações de gestão temerária, surge a dúvida: erro administrativo ou alvo?

Andres Rueda, ex-presidente do Santos, durante coletiva de imprensa antes da queda para a Série B. Agora, expulso do quadro associativo, ele se vê no centro de uma crise que vai além das quatro linhas.

Na última terça-feira (8), uma decisão bombástica sacudiu o cenário esportivo santista. Em uma sessão extraordinária do Conselho Deliberativo, o ex-presidente do Santos Futebol Clube, Andres Rueda, foi expulso do quadro associativo do clube, acusado de uma "gestão temerária". A decisão foi acompanhada pela exclusão de outros três membros da antiga diretoria: José Carlos de Oliveira, ex-vice-presidente, Renato Hagopian e Dagoberto Oliva, ambos integrantes do Comitê de Gestão da administração anterior.

A votação que selou o destino de Rueda e seus aliados foi avassaladora. Com 115 votos a favor da expulsão, apenas quatro contrários e sete abstenções, o placar refletiu a insatisfação quase unânime entre os conselheiros. Mas será que o caso é apenas um reflexo de má gestão ou há interesses ocultos por trás de tal movimentação? A narrativa que ronda os bastidores aponta para uma trama tão obscura quanto os anos recentes do clube.

O mandato de Andres Rueda, que se estendeu de 2020 a 2023, ficou gravado na história do Santos com uma marca dolorosa: a queda para a Série B do Campeonato Brasileiro. Se o futebol já estava em decadência, a gestão seguiu o mesmo caminho? Para os conselheiros que votaram pela sua expulsão, a resposta é clara: a administração foi não só ineficaz, mas prejudicial ao clube, justificando sua retirada definitiva do quadro associativo.

Entretanto, para alguns observadores, as críticas parecem oportunistas. A queda para a Série B, ainda que grave, reflete um colapso estrutural do futebol brasileiro, que atinge até gigantes como o Santos. A exclusão de Rueda não seria uma manobra conveniente para apagar as responsabilidades dos demais envolvidos?

Rueda e os demais membros excluídos têm três dias para recorrer da decisão, e, caso isso ocorra, a Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS) terá um prazo de 30 dias para se manifestar. O processo parece técnico, mas a política interna do Santos é muito mais complexa. Na era dos interesses financeiros e do poder político nos clubes, o que está em jogo não é apenas uma má gestão, mas o controle dos bastidores e da máquina que é o Santos Futebol Clube.

Marcelo Teixeira, atual presidente, herdou um clube em frangalhos, tanto no campo quanto no administrativo. Sob seu comando, será que o Santos vai conseguir reerguer-se, ou Rueda e seus aliados se tornaram os bodes expiatórios de uma crise mais profunda?

A narrativa de "gestão temerária" utilizada como justificativa para a expulsão é, no mínimo, questionável. A mesma diretoria que acusa Rueda também esteve no clube por décadas, sem conseguir evitar sua decadência. O que resta ao torcedor é a amarga constatação de que o maior prejudicado dessa dança de cadeiras é sempre ele: que vê seu time cair, não só de divisão, mas de glória, afundando-se no pântano das brigas políticas internas.

O que nos leva à questão final: se o Santos se recuperará ou se continuará a ser vítima de gestões que, em nome de "reestruturação", apenas perpetuam ciclos de poder, repletos de promessas vazias e decisões de curto prazo.



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