Sem treinador, reforços ou direção definida, o Peixe corre contra o tempo para evitar mais um vexame na próxima temporada
A Vila Belmiro segue em silêncio enquanto o Santos FC tenta se reerguer antes do Paulistão 2025. |
Faltando exatos 31 dias para sua estreia no Campeonato Paulista 2025, o Santos Futebol Clube enfrenta uma tempestade de indecisões que coloca em xeque sua próxima temporada. O Peixe, que inicia a competição contra a Ponte Preta, em Campinas, no dia 19 de janeiro, sequer sabe o que esperar de si mesmo. O jogo da primeira rodada, contra o Mirassol, permanece sem data marcada, refletindo a confusão que tomou conta da administração santista.
Desde a demissão de Fábio Carille em 18 de novembro, o Santos parece ter se perdido em um labirinto sem saída na busca por um novo treinador. Luiz Castro e Gustavo Quinteros chegaram a ser ventilados como nomes certos, mas ambas as negociações desmoronaram, deixando o clube novamente em uma corrida contra o tempo para encontrar um comandante. Com a pré-temporada já comprometida, a indefinição sobre quem estará à beira do campo em 2025 é apenas um dos símbolos de um planejamento que, até agora, mais parece um improviso mal ensaiado.
Se dentro de campo as coisas já estão nebulosas, fora dele a situação é ainda mais preocupante. A torcida, cansada de promessas, viu o mercado de transferências do Peixe se transformar em um verdadeiro show de desencontros. O zagueiro Luisão, do Novorizontino, é o único nome que parece próximo de vestir a camisa santista. Já no meio-campo, nomes como Erick (Athletico-PR), Danilo Barbosa (Botafogo), Gallopo (São Paulo) e Zé Rafael (Palmeiras) foram alvos de negociações. Entretanto, até agora, tudo não passa de especulações e negociações emperradas.
Enquanto isso, a possível volta de Paulo Henrique Ganso acende uma centelha de esperança, mas até o momento, as tratativas com o camisa 10 permanecem no campo das conversas preliminares. No ataque, os nomes de Luciano (São Paulo), Tiquinho Soares (Botafogo) e Germán Cano (Fluminense) foram mencionados, mas sem avanços significativos. A situação é ainda mais frustrante com a desistência de Dudu e Gabigol, que optaram por rumar ao Cruzeiro, deixando os santistas de mãos vazias.
Se as chegadas são escassas, ao menos algumas renovações trouxeram um suspiro temporário. Otero, Willian e Aderlan renovaram seus contratos, enquanto Gil parece estar próximo de um acordo. Por outro lado, Giuliano negocia sua rescisão, e Jair recebeu uma proposta do Botafogo, deixando o futuro do meio-campista incerto. O volante João Schmidt também vive um momento de indefinição, em mais uma novela que se arrasta no litoral paulista.
Com o elenco incompleto e sem um técnico para liderar os trabalhos, o Santos se aproxima de um desastre anunciado. Sem tempo para preparar sua equipe, o Peixe corre sérios riscos de comprometer não apenas sua performance no Paulistão, mas também em toda a temporada. A indefinição administrativa que domina o clube é reflexo de uma gestão que parece incapaz de traçar um caminho claro, deixando torcedores e jogadores à deriva.
O que era para ser um recomeço está se transformando em um novo capítulo de incertezas e frustrações. Se o Santos não encontrar soluções rápidas e eficazes, o Paulistão 2025 pode marcar não o renascimento do Peixe, mas a consolidação de sua decadência.
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