Últimas Notícias

8/recent/ticker-posts

Cortes no BPC: Prefeito eleito de Praia Grande sob críticas após voto polêmico

Pacote fiscal do governo avança e ameaça direitos de mães atípicas e seus filhos; Alberto Mourão na berlinda por posicionamento controverso

Alberto Mourão, prefeito eleito e ex-deputado federal, alvo de críticas por seu posicionamento em relação ao BPC.

A recente aprovação do pacote fiscal pela Câmara dos Deputados trouxe à tona uma das mais duras polêmicas do ano: a exclusão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para autistas de grau 1 e pessoas com deficiência intelectual leve. A medida, que agora segue para avaliação do Senado, representa um golpe para milhares de famílias em situação de vulnerabilidade que dependem desse recurso para custear tratamentos e terapias essenciais.

A decisão da Câmara de excluir esses grupos do BPC gerou imediata revolta entre ativistas e famílias, sobretudo em Praia Grande, onde o prefeito eleito e deputado federal Alberto Mourão (PSDB) viu seu nome envolvido em polêmica devido ao seu comportamento nas votações. Mourão votou favoravelmente ao corte na primeira sessão e optou por se ausentar na segunda, uma atitude que foi vista por muitos como uma forma de evitar maiores desgastes políticos.

Enquanto Mourão enfrenta duras críticas, outros parlamentares da região se destacaram pela oposição ao pacote fiscal. Paulo Alexandre Barbosa (Republicanos) e Rosana Vale (PL) votaram contra a medida, posicionando-se em defesa das famílias afetadas. Em declarações posteriores, ambos reforçaram a necessidade de garantir o amparo a pessoas com deficiência e seus cuidadores, enfatizando que o corte é desumano e compromete o futuro de uma geração inteira.

Por outro lado, Mourão—figura histórica na política de Praia Grande—agora enfrenta cobranças de movimentos sociais e representantes da causa autista. A ausência do deputado na segunda votação foi vista como uma tentativa de fugir às consequências de um voto que já havia sido dado, colocando em xeque seu compromisso com a inclusão social.

Em Praia Grande, mães e pais de crianças autistas e com deficiências intelectuais inundaram as redes sociais com mensagens de repúdio ao pacote fiscal. Para muitos, a medida é mais um exemplo do descaso das autoridades com as demandas reais da população mais vulnerável.

"O que vamos fazer sem esse benefício? Nós já enfrentamos filas intermináveis no SUS para conseguir terapia, e agora nem o básico para complementar o tratamento teremos mais", desabafou uma mãe que preferiu não se identificar.

O BPC garante um salário mínimo mensal para pessoas com deficiência que comprovem não ter condições de se sustentar. Sem esse recurso, muitas famílias verão agravadas suas dificuldades para custear tratamentos especializados, transporte, e até mesmo itens básicos de subsistência.

Especialistas apontam que a exclusão dos autistas de grau 1 e de pessoas com deficiência intelectual leve do programa reflete uma compreensão superficial das demandas dessas populações. "A ideia de que esses grupos têm condições de se inserir no mercado de trabalho não condiz com a realidade. Sem apoio, muitas dessas pessoas enfrentarão ainda mais exclusão", afirmou um pesquisador da Universidade Federal de São Paulo.

Com a aproximação de sua posse como prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão vê sua imagem pública sob pressão. Grupos organizados prometem manter a cobrança ativa e questionar sua gestão futura. 

Enquanto isso, o Senado terá a última palavra sobre o destino do pacote fiscal. Para as famílias que dependem do BPC, a esperança é que a pressão popular consiga reverter a medida antes que ela cause danos irreparáveis.



Tags: #PraiaGrande #BPC #Autismo #InclusãoSocial #Política

Postar um comentário

0 Comentários