Falha no cabo de segurança e fortes ventos transformam diversão em desespero; Bombeiros alertam sobre riscos de infláveis em praias
Adolescente à deriva em bolha inflável no mar de Ubatuba, resgatado por populares em uma lancha particular, após rompimento do cabo de segurança. |
O que era para ser uma tarde de diversão e lazer nas águas cristalinas da praia do Lázaro, em Ubatuba, no litoral norte, quase terminou em tragédia na última terça-feira (24). Um adolescente precisou ser resgatado após a bolha inflável conhecida como "aquaball", na qual brincava, se desprender do cabo de segurança e ser arrastada para alto-mar por fortes rajadas de vento.
Segundo relatos de testemunhas, tudo aconteceu de forma extremamente rápida. A estrutura inflável, conectada por um cabo à faixa de areia, teria se soltado devido à força dos ventos repentinos. O responsável pelo brinquedo ainda tentou nadar em direção à bolha para resgatar o jovem, mas foi inútil. A correnteza e o vento agiram como cúmplices implacáveis, empurrando o equipamento cada vez mais para longe.
"Ele tentou nadar até alcançar, mas foi impossível. Era como se o mar estivesse decidindo o destino da bolha", relatou uma testemunha que presenciou o momento de tensão. Sem sucesso, o responsável buscou ajuda em uma marina próxima, solicitando apoio de uma lancha para resgatar o adolescente.
Minutos depois, populares conseguiram alcançar a bolha com uma embarcação e resgatar o menor, que, apesar do susto e do risco eminente, saiu ileso do incidente. O Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar) não foi acionado formalmente, mas utilizou o caso para reforçar, mais uma vez, os alertas sobre os perigos do uso de brinquedos infláveis no mar.
Embora as "aquaballs" sejam populares e consideradas seguras em piscinas de parques aquáticos, o cenário muda drasticamente no mar aberto. As correntes marítimas e as rajadas de vento são elementos imprevisíveis que transformam esses brinquedos em verdadeiras armadilhas.
De acordo com especialistas, as correntes de retorno, comuns em praias como as de Ubatuba, representam um risco significativo. À primeira vista, elas criam uma aparência enganosa de calmaria na superfície, mas funcionam como um "tapete rolante invisível", puxando rapidamente objetos e pessoas para áreas mais profundas.
O Corpo de Bombeiros frequentemente instala placas de alerta nos pontos mais críticos, mas, como reforçado pela corporação, a responsabilidade individual e o uso consciente desses equipamentos ainda são os fatores mais determinantes para evitar tragédias.
Nas redes sociais, o GBMar compartilhou imagens do incidente para sensibilizar banhistas e operadores desses equipamentos sobre os perigos reais. "Esses brinquedos transmitem uma falsa sensação de segurança. No mar, qualquer distração pode ser fatal", destacou o comunicado oficial.
Desde 2021, as bolhas aquáticas têm ganhado espaço nas praias de Ubatuba, atraindo tanto crianças quanto adultos. No entanto, sua popularidade vem acompanhada de episódios recorrentes de risco e resgates emergenciais.
Especialistas recomendam que o uso desses equipamentos seja restrito a áreas monitoradas e, preferencialmente, fora do alcance das correntes marítimas e ventos fortes. Além disso, é imprescindível que os operadores desses brinquedos garantam que todas as normas de segurança estejam sendo rigorosamente seguidas.
Enquanto a cena do adolescente à deriva em uma bolha inflável desperta perplexidade e preocupação, o episódio também serve como um lembrete brutal sobre a necessidade de prudência nas praias. As autoridades reforçam que o uso de brinquedos infláveis no mar deve ser acompanhado de perto por responsáveis, além de haver atenção redobrada às condições climáticas.
A diversão no litoral paulista não precisa — e nem deve — se transformar em uma cena de resgate dramático. O mar, com sua beleza imponente, exige respeito e precaução.
0 Comentários