Epidemia de virose no Guarujá: Turistas e moradores enfrentam "surto de verão" com hospitais lotados e farmácias desabastecidas

A alta temporada na cidade litorânea é marcada por filas nos prontos-socorros, correria nas farmácias e vídeos cômicos nas redes sociais

Praia lotada, sol escaldante e um surto de virose: o verão no Guarujá testa a paciência de turistas e moradores. Foto: Reprodução.

O verão no Guarujá, tradicionalmente um dos destinos mais procurados do litoral paulista, ganhou um protagonista indesejado neste fim de ano: uma virose que vem derrubando turistas e moradores com sintomas que incluem diarreia intensa, dor abdominal, dor de cabeça e desidratação. O cenário, que mais parece enredo de um filme tragicômico, tem sido tema recorrente de publicações nas redes sociais, com relatos que vão do desespero ao humor ácido.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, descreveu sua experiência em um hospital local como algo digno de uma zona de guerra sanitária. "Estava tudo lotado, muita gente passando mal, crianças chorando, adultos desesperados. Era fila para tudo: atendimento, medicação e até para conseguir água", relatou. Ela também destacou a escassez de medicamentos nas farmácias locais devido à alta demanda.

Nas redes sociais, a situação viralizou — sem trocadilhos. Vídeos no TikTok e memes no Instagram retratam o cenário com humor. Uma usuária identificada como Maria da LH publicou um vídeo dizendo estar hospedada em uma casa com 34 pessoas, das quais oito já estavam infectadas. Em outro post, um usuário ironizou: "Mil cairão ao meu lado, mas eu não serei atingido pela virose do Guarujá".

Em nota oficial, a Prefeitura de Guarujá confirmou o aumento expressivo no número de casos de virose ao longo do mês de dezembro. De acordo com dados divulgados, foram realizados mais de 2.064 atendimentos relacionados a sintomas virais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade.

As autoridades de saúde explicam que o aumento é recorrente nesta época do ano, impulsionado por fatores como temperaturas elevadas, maior aglomeração de pessoas e cuidados insuficientes com a alimentação e hidratação. Para enfrentar a demanda, a Prefeitura anunciou a ampliação do horário de atendimento em três unidades de saúde: Cidade Atlântica, Jardim dos Pássaros e Vila Rã. As unidades funcionarão das 7h às 22h até o dia 5 de janeiro.

As UPAs e os prontos-socorros (PSs) continuarão funcionando 24 horas para atender os casos mais graves. A orientação das autoridades de saúde é clara: manter uma boa hidratação, higienizar bem os alimentos e evitar consumir produtos de origem duvidosa.

Apesar dos esforços para controlar o surto, muitos turistas e moradores têm compartilhado informações desencontradas nas redes sociais, o que tem contribuído para o aumento do pânico entre visitantes. Enquanto vídeos engraçados viralizam, relatos mais sérios expõem a precariedade do sistema de saúde local para atender ao fluxo sazonal.

Especialistas recomendam cautela com informações não verificadas e destacam que, embora o aumento no número de casos seja significativo, ele segue um padrão sazonal já conhecido na região.

O Guarujá segue como um destino disputado durante o verão, mas, este ano, entre selfies na praia e caipirinhas geladas, muitos visitantes também terão que encarar a dura realidade das filas hospitalares e das farmácias com estoques vazios.

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