Episódio alarmante expõe fragilidades no suporte a crises de saúde mental e reacende debate sobre atendimento especializado
Equipes do Samu e Polícia Militar atuaram rapidamente para conter o surto e garantir a segurança de todos os envolvidos. Foto: Reprodução/Redes Sociais. |
Uma noite que poderia ter terminado em tragédia marcou a última segunda-feira (30) no bairro Catiapoã, em São Vicente. Um homem de 30 anos, diagnosticado com autismo, sofreu um surto psicótico e tentou atacar a própria mãe utilizando uma tesoura e uma faca. Apesar do cenário de tensão extrema, a mulher saiu ilesa fisicamente, mas visivelmente abalada.
De acordo com informações preliminares, a situação ocorreu dentro da residência familiar, onde a mãe tentou, sem sucesso, conter o comportamento agressivo do filho. O episódio rapidamente chamou a atenção dos vizinhos, que, alarmados pelos gritos e pela movimentação intensa dentro do imóvel, acionaram tanto o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) quanto a Polícia Militar.
Ao chegarem ao local, os profissionais do Samu encontraram o homem ainda em surto, demonstrando comportamento extremamente agressivo e imprevisível. A equipe iniciou o protocolo de contenção e sedação, medida necessária para garantir a integridade física do paciente, da mãe e dos próprios socorristas. A Polícia Militar prestou apoio durante toda a operação, controlando o ambiente externo e afastando a aglomeração que se formou rapidamente diante da residência.
O paciente foi então encaminhado ao Hospital Dr. Olavo Horneaux, no bairro Humaitá, onde permanece sob cuidados médicos especializados. A mãe, apesar de extremamente abalada, recusou atendimento médico após ser avaliada no local.
Em São Vicente, a Prefeitura informou que a Secretaria da Saúde (Sesau) mantém programas de atendimento voltados para a saúde mental, mas a demanda crescente desafia a estrutura existente. Episódios como este evidenciam que, muitas vezes, o atendimento ocorre apenas quando a situação já chegou ao extremo.
Além do risco direto à integridade física das pessoas envolvidas, crises como essa expõem outra face do problema: o isolamento e a invisibilidade das famílias que convivem com pacientes em sofrimento psíquico. Muitas vezes, os familiares atuam como cuidadores sem o devido preparo, acumulando sobre si uma carga emocional e física devastadora.
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