Unidade sofre sucessivas quedas de energia, expondo pacientes a riscos e evidenciando falhas gritantes na gestão da OS responsável e do poder público
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Pacientes e acompanhantes denunciam apagões no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, e relatam atendimento sob a luz de lanternas. Foto: Fred Casagrande/Prefeitura de Praia Grande. |
Nos últimos dias, o Complexo Hospitalar Irmã Dulce, em Praia Grande, transformou-se em um palco de desesperança e indignação para pacientes e familiares. No último domingo (23) e segunda-feira (24), a unidade sofreu sucessivas quedas de energia, comprometendo os atendimentos e colocando vidas em risco. Relatos alarmantes apontam que os apagões duraram mais de 40 minutos, deixando o hospital na penumbra e evidenciando uma gestão precária por parte da organização social (OS) responsável pela administração do local.
Mesmo diante das frequentes reclamações de pacientes e acompanhantes, a direção da unidade minimizou os eventos, alegando que os geradores foram acionados rapidamente. No entanto, testemunhos de quem esteve presente indicam outra realidade: médicos interromperam atendimentos, técnicas de enfermagem aplicaram medicamentos sob a luz de lanternas e acompanhantes ficaram sem informações sobre o estado de saúde de seus familiares. Para além do escuro, os relatos apontam uma infraestrutura que beira o colapso, com falta de insumos básicos como lençóis e fronhas, banheiros sem água e uma administração alheia ao sofrimento dos pacientes.
A situação expõe um problema que vai muito além da queda de energia: a evidente negligência na fiscalização da gestão do hospital. A OS responsável, cujo nome parece figurar apenas nos contratos, é encarregada de manter a unidade em pleno funcionamento, garantindo atendimento digno à população. No entanto, o que se observa é um total descompromisso, agravado pela leniência do poder executivo municipal, que deveria zelar pela qualidade dos serviços prestados, mas se mostra incapaz de impedir que tais situações ocorram.
A falta de planejamento para emergências elétricas em uma unidade hospitalar não é um mero contratempo, mas um erro crasso de gestão que coloca vidas em risco. Afinal, é inadmissível que, em pleno século XXI, um hospital dependa da luz de lanternas para seguir com atendimentos essenciais. A responsabilidade por esse cenário de caos recai sobre quem deveria garantir um serviço público minimamente eficiente, mas parece priorizar interesses alheios à saúde da população.
Diante desse quadro, é imperativo que as autoridades tomem medidas enérgicas para cobrar explicações da OS e da administração municipal, garantindo que situações como essas não se repitam. A população não pode mais ser submetida à precariedade e ao desrespeito, sobretudo em um ambiente onde a esperança pela cura não deveria ser comprometida pelo descaso e incompetência.
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