Acidente fatal em via tranquila levanta dúvidas sobre a versão do motorista; investigação continua em andamento
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Local do acidente onde o aposentado Walter Pereira Dias foi atropelado e morto por um SUV em Itanhaém. Foto: Reprodução/Redes Sociais. |
O procurador federal de 56 anos que atropelou e matou Walter Pereira Dias, de 75 anos, em Itanhaém, na última terça-feira (25), está no centro de uma polêmica envolvendo sua versão dos fatos e o relato dos familiares da vítima. O acidente ocorreu na Avenida Walter Apelian, no bairro Gaivota, uma via considerada tranquila e com 12 metros de largura. A família do aposentado contesta o depoimento do motorista e questiona se houve omissão de socorro.
Segundo o boletim de ocorrência, o motorista, que ocupa o cargo de procurador federal e recebe um salário de R$ 34.897,04, afirmou que teve uma "leve tontura" em razão de sua insuficiência cardíaca e não conseguiu evitar a colisão. De acordo com seu depoimento à Polícia Civil, o idoso teria entrado na frente do veículo de forma repentina ao sair da Rua Santa Catarina. No entanto, imagens obtidas do local mostram que Walter já trafegava pela Avenida Walter Apelian no momento do impacto, contradizendo a versão apresentada pelo condutor.
O aposentado, que complementava sua renda catando latinhas nas praias de Itanhaém, havia saído de casa para comprar pão quando foi atingido pelo Renault Duster conduzido pelo procurador. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Ronaldo Alves, genro da vítima, foi um dos primeiros a chegar após o acidente e contestou a versão do motorista. "Não tinha por que o cara passar por cima dele", declarou. A revolta de familiares e testemunhas gerou um início de confusão no local, o que exigiu a intervenção de policiais militares para evitar confronto.
Outro ponto de questionamento é a alegação de que o motorista não teria prestado socorro imediato. No depoimento às autoridades, o procurador afirmou que acionou a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas, diante da demora no atendimento, decidiu levar para casa seu filho de 10 anos, que estava no carro no momento do acidente e tem epilepsia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ele teria a intenção de retornar ao local, mas os familiares da vítima argumentam que isso nunca ocorreu.
A falta de perícia no veículo também levanta questionamentos. Até o momento, não há informação de que o carro tenha sido submetido a uma análise detalhada para verificar possíveis falhas mecânicas ou marcas de frenagem.
O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor no 2º Distrito Policial de Itanhaém. A Polícia Civil segue com as investigações para esclarecer as circunstâncias do acidente e apurar se houve negligência por parte do motorista.
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