Operação da Polícia Civil desarticula frente criminosa ao capturar suspeito de assassinato, que também atuava em fraudes digitais e como informante do tráfico
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Material apreendido durante a operação inclui computadores, celulares, documentos falsificados e cartões bancários usados nos golpes. Foto: Divulgação/Polícia Civil. |
Uma operação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande, realizada na manhã desta quarta-feira (18), resultou na prisão de um homem de 27 anos, procurado pela Justiça sob a acusação de homicídio qualificado. O crime, cometido em maio de 2024, ganhou notoriedade pela violência empregada: a vítima foi brutalmente espancada com um capacete até a morte, em circunstâncias classificadas como motivo fútil.
O mandado de prisão preventiva foi cumprido após um trabalho minucioso de investigação e monitoramento. O suspeito, considerado foragido desde o crime, estava escondido em uma residência na cidade. Durante a abordagem, os policiais precisaram agir com rapidez, uma vez que o homem tentou escapar ao perceber a chegada das equipes.
No entanto, a prisão revelou uma faceta ainda mais complexa da atuação criminosa do detido. Ao revistarem o imóvel, os agentes se depararam com um verdadeiro núcleo de atividades ilícitas em pleno funcionamento. Um computador, ainda ligado, exibia conversas e documentos relacionados a fraudes eletrônicas, com destaque para o golpe do "falso advogado" — prática que tem feito inúmeras vítimas na Baixada Santista.
Além do computador, o celular do suspeito continha uma série de mensagens trocadas em grupos dedicados à organização de estelionatos e ao tráfico de drogas. As investigações preliminares apontam que o homem exercia papel ativo numa quadrilha especializada, com divisão de funções entre os integrantes. O foco principal da organização seria a aplicação de golpes digitais, especialmente voltados a pessoas com processos judiciais envolvendo liberação de valores e clientes de instituições bancárias.
O envolvimento com o tráfico de entorpecentes também ficou evidente. De acordo com os investigadores, o detido atuava como "olheiro", responsável por alertar traficantes sobre possíveis operações policiais em regiões controladas por facções criminosas. Durante a busca, foram apreendidos diversos objetos que reforçam as suspeitas: cartões bancários de terceiros, notebooks, múltiplos aparelhos celulares e um documento de identidade falsificado, que trazia a foto do investigado, mas com dados pessoais adulterados — indício de que o homem tentava se passar por outra pessoa para escapar da Justiça.
O delegado Luiz Ricardo de Lara, responsável pela investigação, afirmou que, diante da gravidade dos fatos apurados, solicitou à Justiça a conversão da prisão em flagrante para preventiva, ressaltando o perigo que o acusado representa à ordem pública.
O material apreendido foi encaminhado para análise pericial. As investigações continuam com o objetivo de identificar outros membros da organização criminosa e possíveis vítimas das fraudes aplicadas pelo grupo.
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