Prensa de recarga, dosadores e fuzis revelam estrutura de guerra em residência de homem investigado como suporte logístico da facção criminosa
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Equipamentos de fabricação artesanal de munição, armas de grosso calibre e drogas foram encontrados na residência do suspeito, no bairro Marapé, em Santos. Foto: Divulgação/Polícia Civil. |
Em uma operação que escancarou o grau de sofisticação logística da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no litoral paulista, a Polícia Civil de Santos prendeu Vinícius Lisboa Silva Oliveira, apontado como armeiro da organização na região. O que mais surpreendeu os investigadores foi o arsenal encontrado em sua residência no bairro Marapé, onde funcionava uma espécie de oficina clandestina de munições — com direito a prensa de recarga e dosador de pólvora, ambos classificados como materiais controlados pelo Exército Brasileiro.
Segundo os investigadores do 3º Distrito Policial de Santos, que atuaram com o respaldo da Delegacia Seccional, a estrutura montada por Vinícius impressiona pelo grau de profissionalismo. A prensa de recarga e o dosador são instrumentos usados para a fabricação artesanal de munições, permitindo não apenas recarregar cartuchos usados, mas montar munições novas, com precisão de quantidade de pólvora. São itens de uso restrito, cuja posse, comércio e manuseio requerem autorização expressa das Forças Armadas — algo que o suspeito não possuía.
Além do maquinário militar, os policiais encontraram dois fuzis calibre 7.62, um carregador de pistola, grande quantidade de munições intactas, 12 porções de maconha, um cofre, aparelhos celulares, emplacamentos de veículos com registro de locadora e um automóvel. Todos os itens foram apreendidos e encaminhados para análise pericial.
As investigações apontam que Vinícius era muito mais do que um simples armeiro. Ele seria uma peça-chave na engrenagem do PCC, atuando no armazenamento, transporte, manutenção e fabricação de armamentos e munições. A ação que levou à sua prisão foi desencadeada após a expedição de um mandado de busca e apreensão. No cumprimento da ordem judicial, o flagrante foi inevitável diante da quantidade e da natureza dos materiais encontrados.
Apesar das evidências apresentadas, a defesa do acusado nega qualquer envolvimento com o crime organizado ou com a produção de armamento. Ainda assim, Vinícius foi indiciado por tráfico de drogas, associação criminosa e porte de arma de uso restrito, permanecendo à disposição da Justiça.
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