Execução a sangue-frio na porta da casa noturna terminou em júri popular; réu foi considerado culpado por homicídio qualificado e cumprirá pena em regime fechado
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Leony Lors Defeu foi condenado por executar o segurança Gustavo Carvalho com cinco tiros após ser barrado na porta de uma casa noturna em Itanhaém. Foto: Reprodução/Arquivo. |
Leony Lors Defeu, de 31 anos, foi condenado a 29 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelo brutal assassinato do segurança Gustavo Adolfo Lopes de Oliveira Carvalho, ocorrido na porta da casa noturna Estação Chopp, em Itanhaém. O crime, cometido na madrugada de 18 de junho de 2023, chocou a cidade pela frieza e violência com que foi executado. A sentença foi proferida na última quinta-feira (10), após júri popular no Fórum de Itanhaém.
Segundo a decisão, Leony foi considerado culpado por homicídio qualificado, com três agravantes: motivo fútil, impossibilidade de defesa da vítima e perigo comum. A Justiça, no entanto, o absolveu das acusações de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e lesão corporal culposa, referente à mulher atingida no pé durante os disparos. Neste último caso, a punição foi extinta por ausência de manifestação da vítima dentro do prazo legal.
O juiz responsável pelo caso determinou a imediata execução da pena, negando ao réu o direito de recorrer em liberdade. A decisão citou a soberania do Tribunal do Júri e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal para justificar a prisão definitiva. Leony seguirá detido, e o mandado de prisão foi expedido ainda no mesmo dia da sentença.
O episódio teve início dentro da Estação Chopp, balada localizada na região central de Itanhaém. Leony e um amigo se envolveram em duas brigas distintas no estacionamento da casa — uma no piso superior e outra no inferior. Após serem retirados do local, os dois homens retornaram minutos depois, mas foram impedidos de reentrar pelo segurança Gustavo, que informou o encerramento das atividades da casa.
A negativa foi suficiente para desencadear a tragédia. Leony sacou um revólver e disparou cinco vezes contra o segurança, que caiu morto na calçada, sem qualquer chance de defesa. Os tiros ainda atingiram uma mulher que passava próximo ao local. Ela foi socorrida ao Hospital Regional de Itanhaém, com ferimentos no pé.
O comparsa de Leony também será levado a julgamento, mas em audiência distinta. Ainda não há data definida para a sessão. O Ministério Público deve se posicionar sobre a eventual participação dele nos crimes ou em condutas correlatas ao ocorrido naquela madrugada.
A condenação de Leony põe fim a um capítulo de violência que expôs a vulnerabilidade dos trabalhadores da segurança privada em locais de entretenimento, especialmente diante de indivíduos armados e descontrolados. A sentença é vista como uma resposta firme da Justiça diante de crimes cometidos com crueldade e desprezo pela vida humana.
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