Iniciativa do Instituto Destino Brasil em parceria com a WGA Carbon engaja estudantes, familiares e professores na medição e compensação das emissões de CO₂ por meio da preservação da Mata Atlântica
Em um cenário global alarmante, com mais de 36 bilhões de toneladas de dióxido de carbono lançadas na atmosfera em 2024, segundo o relatório Global Carbon Budget, uma resposta concreta e inovadora está nascendo dentro dos muros escolares. Idealizado pelo Instituto Destino Brasil, em parceria com a WGA Carbon, um projeto pioneiro propõe não apenas medir, mas neutralizar a pegada de carbono das famílias de alunos por meio de ações diretas de conservação da Mata Atlântica.
A iniciativa utiliza como base o protocolo internacional GHG (Greenhouse Gas Protocol), padrão reconhecido mundialmente para mensuração de emissões. A partir de um questionário simples, as famílias informam seus hábitos de consumo em áreas como transporte, energia elétrica, uso de gás, água e produção de resíduos. Os dados são então convertidos em toneladas de CO₂, e cada emissão é compensada pela preservação de árvores nativas em áreas de floresta remanescente, associando diretamente cada família à manutenção de cerca de dez árvores.
“Não se trata de plantar árvores ao acaso. Trata-se de garantir que árvores nativas já existentes, fundamentais para o equilíbrio climático, sejam mantidas e protegidas ao longo do tempo. Essa é a essência da compensação de carbono de forma séria”, explica Sérgio Agostini, diretor da WGA Carbon, ao destacar o ineditismo da metodologia aplicada.
Mas o projeto vai além da técnica e dos cálculos de carbono. Para o Instituto Destino Brasil, a ação tem um pilar ainda mais profundo: o de transformar o ambiente escolar em um verdadeiro laboratório de cidadania ambiental. “Preservar o meio ambiente é também cuidar do nosso entorno imediato: os rios urbanos, o destino do lixo, o uso da água. Essa é uma agenda de vida, e não apenas de floresta”, ressalta Ademar Batista Pereira, presidente do Instituto.
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Ademar Batista Pereira, presidente do Instituto Destino Brasil, defende que o protagonismo ambiental começa no ambiente escolar e se estende ao cotidiano das famílias. Foto: Reprodução/ALEP. |
A primeira escola a implementar o programa foi a Escola Atuação, de Curitiba, onde a integração entre educação e meio ambiente já é parte do DNA pedagógico. A diretora Carolina Pereira Frizon vê na iniciativa uma forma concreta de ampliar o alcance das práticas sustentáveis que a instituição já adota. “Com a Estação Ecológica, já transformamos resíduos orgânicos em alimento. Com esse novo projeto, levamos a sustentabilidade também para dentro das casas das famílias, promovendo um aprendizado vivido e não apenas teórico”, afirma.
O diferencial da proposta está justamente na sinergia entre escola e comunidade. Alunos, professores e familiares participam de todo o processo de medição, compreensão e compensação das emissões, desenvolvendo não só conhecimento, mas também empatia e responsabilidade ambiental.
A expectativa dos idealizadores é de que o modelo se expanda para escolas públicas e privadas de todo o Brasil. “O que estamos construindo aqui é uma semente de mudança cultural. Se formos capazes de formar crianças conscientes, seremos também capazes de construir um país mais sustentável”, conclui Ademar Pereira.
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