Agressão foi registrada em vídeo por familiares e gerou sindicância interna; o incidente ocorreu após uma discussão familiar
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| Momento em que GCM agride homem algemado em hospital de Bertioga, registrado por familiares da vítima. |
No cenário que deveria ser de segurança e proteção, um hospital em Bertioga tornou-se palco de uma ação violenta protagonizada por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM). Em um vídeo impactante, registrado por familiares da vítima, um homem algemado é agredido com um soco no rosto por um dos guardas. A gravação, que rapidamente se disseminou, revela uma série de eventos que culminaram em um ato de brutalidade sem justificativa aparente.
As imagens do vídeo, que circulam pelas redes sociais, mostram claramente dois agentes da GCM conduzindo o homem algemado. Em um primeiro momento, um dos guardas, aparentemente despreocupado com a gravação, afirma: "Pode filmar". A cena então corta para um instante seguinte, onde o homem algemado é segurado pelo pescoço e agredido com um soco por outro agente. A violência explícita é acompanhada por gritos de desespero de uma das pessoas presentes: "Meu Deus. Para".
Segundo o advogado da vítima, Ronaldo do Patrocínio, a sequência de eventos teve início fora da unidade hospitalar, após uma discussão entre seu cliente e a mãe de seu filho. O homem, de 33 anos, estava em casa, no bairro Vista Linda, com seu filho de três anos, quando a mãe da criança chegou, exigindo levá-lo. A negativa do pai em entregar o menino desencadeou uma discussão verbal, sem envolvimento de violência física, conforme destaca o advogado.
Durante o desentendimento, a Polícia Militar foi acionada pelo próprio pai. Enquanto a situação ainda se desenrolava, uma viatura da GCM que passava pelo local abordou os envolvidos. Neste momento, a mulher alegou ter sido agredida, resultando na detenção do homem. Seguindo o procedimento padrão, ele foi levado ao Hospital de Bertioga antes de ser encaminhado à delegacia, sendo acompanhado por familiares que registraram a abordagem.
A Secretaria da Segurança e Mobilidade de Bertioga, ao tomar conhecimento das imagens e da repercussão do caso, iniciou uma sindicância interna para apurar os fatos. Em um comunicado oficial, a prefeitura de Bertioga confirmou o afastamento imediato do GCM envolvido na agressão, sinalizando um esforço para investigar e punir eventuais excessos cometidos durante a ação.
Este episódio suscita uma série de questionamentos sobre os limites da atuação policial e o uso da força em situações de contenção. A agressão, flagrada em um local destinado ao cuidado da saúde, expõe a fragilidade de mecanismos de controle e a necessidade urgente de uma formação mais rigorosa e humanizada para os agentes de segurança.
O incidente em Bertioga não deve ser visto como um caso isolado, mas sim como um alerta para a revisão de práticas e políticas que assegurem a proteção dos direitos humanos em todas as esferas da atuação pública.
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