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Pastor da Assembleia de Deus de Tucuruí causa polêmica ao associar autismo à "visita do diabo" e se retrata após críticas

 Líder religioso é acusado de preconceito e desinformação em discurso durante culto comemorativo

Pastor Washington durante o culto em que fez a declaração polêmica sobre autismo.

Em um culto de celebração dos 90 anos da Assembleia de Deus de Tucuruí, no Pará, o pastor Washington proferiu declarações que geraram controvérsia e indignação. Durante sua pregação, ele afirmou que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) seria resultado de uma "visita do diabo no ventre materno" durante a gestação. A declaração, feita diante de centenas de fiéis presentes e milhares que acompanhavam a transmissão online, foi recebida com críticas e repúdio nas redes sociais, onde internautas acusaram o pastor de disseminar preconceito e desinformação.

No discurso, o pastor Washington declarou: "De cada 100 crianças que nascem, temos um percentual gigantesco de pessoas e ventres manipulados, visitados pela escuridão que distorce, ainda no ventre, as crianças hoje. De cada 100, temos quase 30% de autistas em vários graus. O que está acontecendo, pastor Washington? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos".

A fala do pastor rapidamente viralizou, provocando reações de repúdio por parte de pessoas autistas, familiares, profissionais da saúde e da sociedade em geral. O discurso foi classificado como capacitista, preconceituoso e desprovido de qualquer embasamento científico. Entidades ligadas à causa autista se manifestaram, repudiando as declarações e reforçando a importância do respeito à diversidade e à inclusão.

Diante da repercussão negativa, o pastor Washington divulgou um vídeo em suas redes sociais se retratando pelas declarações. Ele afirmou que suas palavras foram ditas "no calor da mensagem" e que não tinha a intenção de ofender ou discriminar pessoas com autismo. No entanto, a retratação não foi suficiente para acalmar os ânimos, e muitos internautas continuaram a criticar a postura do pastor, questionando a responsabilidade de um líder religioso em disseminar informações falsas e preconceituosas.

O episódio reacendeu o debate sobre a importância de combater a desinformação e o preconceito em relação ao autismo, especialmente em ambientes religiosos, onde a palavra dos líderes exerce grande influência sobre os fiéis. Especialistas alertam para os perigos de associar o autismo a causas sobrenaturais ou demoníacas, o que pode levar à estigmatização e discriminação das pessoas autistas e suas famílias.



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