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Lula critica imprensa por alegadas "frases tiradas de contexto"

 Declarações acontecem um dia após controvérsias sobre violência doméstica e compromissos fiscais

Presidente Lula critica a mídia durante evento de sanção de projetos de lei.

Nesta quarta-feira (17) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou duras críticas à mídia, acusando-a de divulgar frases "tiradas de contexto" com o intuito de criar intrigas. Em suas palavras, a constante exposição midiática de informações distorcidas dá a impressão de que o país vive em "guerra permanente", onde "a mentira se sobrepõe aos fatos concretos".

Essas declarações vieram um dia após Lula ser alvo de críticas devido a uma fala polêmica sobre violência doméstica e à repercussão no mercado financeiro de sua afirmação de que ainda precisava ser convencido sobre a necessidade de cortes de gastos. Em um evento fechado para a sanção de dois projetos de lei, o presidente reafirmou sua posição de que as notícias divulgadas pela imprensa muitas vezes não refletem a realidade, mas sim um fragmento distorcido que gera conflitos.

O presidente destacou: "Acompanhando a imprensa, os jornais, a internet, a gente tem a impressão que o país está em guerra permanente, porque, muitas vezes, a mentira se sobrepõe aos fatos concretos. [...] Muitas vezes você está vendo o telejornal e o que predomina não é a notícia completa. É uma frase da notícia tirada de contexto, que, de preferência, se puder fazer intriga, melhor. Se não puder, não tem problema". Esta declaração foi feita durante a sanção de dois projetos de lei: o PL 1741 de 2022, que prorroga prazos para a conclusão de cursos de educação superior devido a eventos como parto e adoção, e o PL 6230 de 2023, que adapta a legislação para atender às mudanças climáticas e proteger a biodiversidade.

Na terça-feira (16), Lula comentou sobre um estudo que indica um aumento nos casos de violência doméstica após jogos de futebol. Em tom jocoso, mencionou que, se o agressor for corintiano, como ele, "tudo bem", mas ressaltou que ele próprio não se enfurece com derrotas do seu time. A declaração, feita em uma reunião com o setor de alimentos, foi interpretada por alguns como um comentário leviano sobre um assunto grave, gerando críticas.

Ainda na terça-feira, em entrevista à Record, Lula afirmou que precisava ser convencido pela equipe econômica sobre a necessidade de cortes de gastos. Comentou que um déficit de 0,1% ou 0,2% do PIB não seria problemático e que o governo não é obrigado a cumprir metas se houver "coisas mais importantes para fazer". Estas palavras geraram apreensão no mercado financeiro, resultando em uma leve alta do dólar.

Durante o evento de sanção dos projetos, Lula elogiou a relação estabelecida entre o Executivo e o Congresso, afirmando que esta é a melhor de seus mandatos. Destacou que nenhum projeto significativo foi recusado pelo Legislativo e que as negociações têm contribuído para a recuperação da civilidade no país. Contudo, cobrou debates mais qualificados entre os congressistas e incentivou todos, inclusive os opositores, a consultarem dados sobre a gestão federal antes de criticar.

Lula declarou: "Aqui no Brasil mesmo com essa coisa ideológica que todo mundo fala, que está acabando o planeta, que está acabando o mundo, que tem briga aqui, não sei quem não concorda com você, com tudo isso nós não tivemos um projeto significativo recusado pelo Congresso Nacional. [...] E por que eu estou tocando nesse assunto? Porque eu acho que nós estamos recuperando a civilidade nesse país"

Ele afirmou que o país deve viver "democraticamente na diversidade" e que ninguém no Legislativo é obrigado a votar conforme o governo quer, mas enfatizou a importância de estar preparado para flexibilizar negociações de projetos de lei. Além disso, mencionou que está preparando um material com todas as realizações do governo ao longo de 18 meses para ser entregue a todos os congressistas, incluindo os de oposição.

O presidente criticou a disseminação de notícias falsas e a qualidade do debate público atual, especialmente no Congresso. "Me parece que o argumento perdeu a força. Ou seja, por falta de argumento a gente fala qualquer bobagem que vem à boca", disse.



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