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Rota na berlinda: Justiça afasta PMs e os torna réus por homicídio na Operação Escudo

 Tribunal de Justiça de SP determina afastamento e julgamento de policiais militares por morte durante operação controversa

Policiais da ROTA em ação durante a Operação Escudo.

Em uma decisão que promete reacender o debate sobre a atuação policial na Baixada Santista, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou o afastamento e o indiciamento por homicídio qualificado de dois policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). O caso ocorreu durante a Operação Escudo, uma ação que se estendeu de julho a agosto do ano passado e que, desde então, tem sido alvo de intensas críticas e questionamentos.

A decisão, proferida pelo juiz Thomaz Correa Farqui, da 3ª Vara do Júri de Santos, aponta para a gravidade das acusações e a necessidade de garantir a lisura do processo. Segundo o magistrado, os policiais teriam se valido de seus cargos e armamentos públicos para cometer um homicídio em grupo, executando uma vítima já imobilizada e sem qualquer capacidade de reação.

O caso levanta sérias questões sobre a conduta de alguns agentes da Rota durante a Operação Escudo, que foi iniciada após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, também da Rota, em julho de 2023. A operação, que durou 40 dias, resultou em números alarmantes: 958 presos, 28 suspeitos mortos em supostos confrontos e a apreensão de 117 armas ilegais, 967 quilos de droga e 70 adolescentes infratores.

A decisão do TJ-SP ecoa as preocupações levantadas por organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, que divulgou um relatório condenando as investigações das mortes ocorridas durante a operação. A denúncia aceita pelo Ministério Público (MP-SP) aponta ainda para a tentativa de manipulação de provas, com a suposta destruição de imagens e alteração da cena do crime.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), por sua vez, reforçou que não comenta decisões judiciais, mas afirmou que "desvios de conduta não são tolerados e são rigorosamente apurados". A pasta ressaltou ainda que denúncias podem ser feitas em qualquer unidade da Polícia Militar.

Este é o terceiro caso em que policiais militares se tornam réus por ações durante a Operação Escudo. As investigações continuam, e a sociedade aguarda por respostas e justiça.



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