Parque das Bandeiras: mãe e filha atacam mulher a facadas após denúncia de maus-tratos a animal; agressão só parou com atropelamento proposital
Caso foi registrado na Delegacia de São Vicente, onde mãe e filha protagonizaram uma tentativa de homicídio após agressão a um cachorro. Foto: Reprodução. |
Na manhã deste sábado (28), o Parque das Bandeiras, em São Vicente, tornou-se o palco de um episódio que beira o surreal. O roteiro envolveu agressões, facadas, um cachorro indefeso, uma adolescente descontrolada, uma mãe vingativa e, por fim, um atropelamento proposital que pôs fim ao frenesi violento. O caso foi registrado como tentativa de homicídio na Delegacia Sede de São Vicente, mas os detalhes por trás dessa trama revelam um cenário de completo caos.
Tudo começou por volta das 9h, quando uma mulher de 47 anos, que trabalha no ponto conhecido como Gleba — parada de motoristas e vans que fazem trajeto para Praia Grande — presenciou uma adolescente de 17 anos agredindo violentamente um cachorro. Segundo relatos, a jovem arrastava o animal pela rua e desferia pauladas contra ele. Indignada, a trabalhadora decidiu intervir e começou a gravar a cena.
A adolescente, ao perceber que estava sendo filmada, partiu para cima da mulher, iniciando uma briga que precisou ser interrompida por testemunhas. Aparentemente controlada, a agressora se afastou, levando o cachorro consigo para uma rua próxima. Temendo pela vida do animal, a mulher decidiu segui-la, ainda gravando tudo.
Minutos depois, a adolescente retornou ao local, desta vez acompanhada por sua mãe, uma mulher de 38 anos, que chegou gritando: "Quem foi a vagabunda que bateu na minha filha?" A adolescente não teve dúvidas: apontou diretamente para a trabalhadora. Sem dar chance de defesa, a adolescente segurou a vítima pelas costas enquanto a mãe começou a esfaqueá-la repetidamente.
O cenário era caótico. A faca rasgava a pele da vítima enquanto os gritos ecoavam pela rua. Em um ato desesperado para salvar a mulher, uma parente da vítima, ainda não identificada, usou um carro como arma de intervenção e atropelou a agressora. O impacto foi suficiente para interromper os golpes de faca, mas a mãe e a filha conseguiram fugir.
Enquanto a vítima era socorrida por populares e levada ao Hospital Parque das Bandeiras, um motorista seguiu as agressoras até uma casa próxima. Aparentemente, um motorista de aplicativo esperava do lado de fora, sugerindo um possível plano de fuga arquitetado previamente.
A Polícia Militar chegou rapidamente ao local indicado. Ao perceberem a presença das viaturas, mãe e filha correram para dentro da casa. Os policiais entraram na residência e encontraram a mãe calmamente lavando a faca utilizada no crime, como se tentasse apagar os vestígios de sangue que, naquele momento, já estavam registrados no corpo da vítima e nas memórias das testemunhas.
A mãe resistiu à prisão e precisou ser algemada. A adolescente também foi apreendida e encaminhada à Delegacia junto com testemunhas do crime. Ambas agora enfrentam as consequências legais de seus atos: a mãe foi presa em flagrante, enquanto a filha foi internada provisoriamente.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio, mas a sociedade ainda digere o nível de brutalidade e irracionalidade exibido nessa manhã de sábado. Em meio a tudo isso, o cachorro, o pivô de toda a tragédia, segue como o personagem silencioso dessa história insana.
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