Acidente brutal expõe falhas de segurança urbana e a perigosa busca por justiça com as próprias mãos
Corpo da mulher ficou preso no local do acidente, onde mãe e filha perderam a vida tragicamente. Foto: Reprodução/Redes Sociais. |
A tarde deste último domingo (29) foi marcada pela tragédia na Vila Antártica, em Praia Grande, e expôs o preço fatal da imprudência e do descontrole em meio ao caos urbano. Por volta das 16h40, mãe e filha foram brutalmente atropeladas por um carro desgovernado, conduzido por um homem que perseguia um ladrão após ser vítima de um roubo.
O incidente ocorreu na Rua Maria Rosa Correia, quando o motorista de um Fiat Idea, movido pela ânsia de capturar o criminoso, perdeu o controle do veículo, invadiu a calçada e colidiu violentamente contra um poste de iluminação e o portão de uma residência. No impacto, a mãe foi prensada entre o carro e o portão, enquanto a filha, de apenas 12 anos, ficou sob o veículo.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram mobilizadas rapidamente, com cinco viaturas e 14 profissionais no local. O helicóptero Águia da Polícia Militar chegou a ser acionado, mas não houve necessidade de pouso.
A mãe, de aproximadamente 36 anos, sofreu esmagamento de tórax e crânio. O óbito foi constatado no local pelo médico do Samu. A criança, por sua vez, chegou a ser socorrida inconsciente, mas, apesar dos esforços incessantes das equipes médicas, não resistiu aos ferimentos e faleceu dentro da ambulância.
O motorista, que sofreu ferimentos leves, foi atendido no local e conduzido à Delegacia Sede, na Vila Tupi. O ladrão, pivô do desastre, também foi encaminhado à unidade policial. Até a publicação desta matéria, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não havia dado informações sobre o envolvimento direto do criminoso no acidente.
Um agente da Guarda Civil Municipal (GCM) também ficou ferido durante a ocorrência. Ao sofrer uma queda que resultou em lesão no pé, ele precisou ser socorrido por uma ambulância municipal.
O trágico episódio revela não apenas a fragilidade do sistema de segurança pública, mas também os perigos de ações individuais movidas pela emoção e pela sensação de impunidade. Perseguir criminosos por conta própria, além de ser arriscado, pode resultar em desfechos catastróficos, como visto neste caso.
Moradores do bairro Vila Antártica permanecem abalados com a perda irreparável de duas vidas inocentes. A rua Maria Rosa Correia, agora marcada pelo sangue e pela dor, se torna mais um símbolo das consequências brutais da ausência de segurança efetiva e da impulsividade humana.
A polícia segue investigando as circunstâncias exatas do acidente e as responsabilidades dos envolvidos.
0 Comentários