Moradores denunciam falta de climatização, ventilação inadequada e ausência de privacidade no atendimento do CER, expondo a fragilidade dos serviços públicos
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Pacientes e acompanhantes enfrentam o calor e a falta de condições adequadas na sala de espera do Centro Especializado em Reabilitação de Praia Grande. Foto: Prefeitura de Praia Grande. |
A rotina de quem busca reabilitação no Centro Especializado em Reabilitação (CER) de Praia Grande, tem sido marcada por um sofrimento adicional àquele que já os acomete. Indignados com a persistente negligência das autoridades, usuários e seus familiares clamam por melhorias urgentes nas instalações e no atendimento da unidade de saúde. O principal foco da revolta reside na completa ausência de condições básicas de conforto e privacidade, elementos essenciais para a recuperação e o bem-estar dos pacientes.
Um dos pontos mais críticos da situação é a sala de fisioterapia, espaço vital para a reabilitação de pessoas com diversas limitações físicas. Há muito tempo, o sistema de ar-condicionado permanece inoperante, transformando o ambiente em um local insuportavelmente quente, especialmente durante os dias de altas temperaturas que caracterizam o clima da região. A exposição ao calor extremo não apenas causa desconforto aos pacientes e profissionais, mas também pode comprometer a eficácia dos tratamentos e agravar quadros clínicos preexistentes. A pergunta que ecoa entre os usuários é: como esperar progressos na recuperação física em um ambiente onde o próprio corpo luta contra o calor sufocante?
A precariedade não se restringe à sala de fisioterapia. A ampla sala de espera, onde pacientes aguardam por consultas e procedimentos, também apresenta condições alarmantes. Para tentar amenizar o calor, apenas um ventilador antigo, ruidoso e visivelmente danificado está disponível. A ausência da grade de proteção frontal representa um risco iminente de acidentes graves, podendo ferir tanto os pacientes, muitos deles com mobilidade reduzida, quanto os funcionários que ali circulam diariamente. A combinação de calor intenso e um equipamento inseguro expõe a falta de investimento e manutenção nas instalações do CER, colocando em xeque a prioridade da saúde pública na atual gestão municipal.
Além das questões estruturais, denúncias graves pairam sobre a qualidade e a privacidade do atendimento médico. Usuários relatam que, em uma tentativa de mitigar o calor provocado pela falta de climatização, médicos têm realizado consultas com as portas dos consultórios abertas. Essa prática, além de ferir o direito à privacidade do paciente, expõe informações médicas confidenciais a todos que aguardam na sala de espera. A situação constrangedora e antiética obriga os pacientes a compartilharem seus problemas de saúde e a ouvirem as orientações médicas de outros, desrespeitando um princípio fundamental da relação médico-paciente: o sigilo e a confidencialidade. A falta de um ambiente adequado para o atendimento médico demonstra um profundo descaso com a dignidade e os direitos dos cidadãos que dependem dos serviços públicos de saúde.
Diante desse cenário de abandono e negligência, a população de Praia Grande se sente desamparada e clama por uma intervenção urgente das autoridades competentes. A situação no Centro Especializado em Reabilitação não é apenas um problema de conforto, mas sim uma questão de saúde pública que afeta diretamente a qualidade de vida e a recuperação de inúmeras pessoas.
A falta de investimento, a manutenção inadequada e a ausência de planejamento demonstram uma falha grave na gestão dos recursos públicos destinados à saúde, impactando negativamente a vida dos cidadãos que mais precisam do apoio do Estado. É imprescindível que medidas efetivas sejam tomadas para garantir condições dignas e adequadas de atendimento no CER, assegurando que a reabilitação seja um processo eficaz e respeitoso, e não um fardo adicional para aqueles que já enfrentam desafios significativos em suas vidas.
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