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Sequestro de empresário espanhol em São Paulo revela desvio milionário e envolvimento de policiais

Vítima foi mantida em cativeiro por cinco dias e conseguiu escapar após desviar tranquilizante; investigação indica participação de policiais

Polícia Civil investiga cativeiro em Mogi das Cruzes onde empresário espanhol foi mantido refém. Foto: Polícia Militar/Arquivo.

A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), está conduzindo uma investigação complexa acerca do sequestro de um empresário espanhol de 25 anos, ocorrido na região metropolitana da capital paulista. O caso ganhou contornos ainda mais graves com a confirmação da prisão de um policial civil e de um policial militar da reserva, além da suspeita do envolvimento de um terceiro policial civil, que atualmente se encontra foragido.

De acordo com informações divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), a Corregedoria da Polícia Civil já identificou a possível participação de sete indivíduos no crime, incluindo a namorada da vítima, identificada como Luana Bektas Lopez, de nacionalidade paraguaia. As autoridades policiais seguem em diligências para localizar e prender todos os suspeitos, bem como para esclarecer completamente as circunstâncias que envolveram o sequestro e o subsequente desvio de uma vultosa quantia em dinheiro.

O sequestro teve início no começo da semana passada, quando o empresário Rodrigo Perez Aristizabal foi abordado por dois homens em uma caminhonete preta com a identificação da Polícia Civil, no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo. A vítima relatou à polícia que, ao retornar de uma padaria para sua residência, na noite terça-feira, foi surpreendida pelos indivíduos que o chamaram pelo nome. Os sequestradores, vestindo uniformes da Polícia Civil, alegaram ser da polícia internacional e o forçaram a entrar no veículo.

Aristizabal foi então levado para um cativeiro localizado em uma área de mata no município de Mogi das Cruzes, onde permaneceu por pelo menos cinco dias sob o domínio dos criminosos. Durante o período em que esteve em cárcere privado, o empresário foi obrigado a tomar medicamentos para dormir e passou a ser alvo de extorsão. Segundo seu depoimento à polícia, os sequestradores conseguiram desviar a quantia de US$ 50 milhões de sua conta bancária, o que equivale a aproximadamente R$ 287 milhões na cotação atual.

A reviravolta no caso ocorreu no último sábado, quando o empresário conseguiu escapar do cativeiro. Em um relato surpreendente à polícia, Aristizabal contou que, aproveitando-se da confiança de um dos sequestradores, conseguiu secretamente misturar o medicamento tranquilizante em uma bebida que estavam consumindo juntos. Após o criminoso adormecer, o empresário conseguiu se libertar das algemas, fugir do local e procurar ajuda em um restaurante próximo, onde acionou a Polícia Militar.

Ao chegarem ao local indicado pelo empresário, os policiais militares encontraram um dos sequestradores ainda no cativeiro. Identificado como Ronaldo da Cruz Batista, o indivíduo confessou sua participação no crime e foi preso em flagrante. A defesa do acusado ainda não foi localizada pelas autoridades.

As investigações da Corregedoria da Polícia Civil apontam para o possível envolvimento de sete pessoas no total, e a participação da namorada da vítima também está sendo apurada. Segundo o registro policial, o empresário relatou que Luana Bektas chegou a aparecer no cativeiro em um dos dias em que ele esteve sequestrado. Além disso, no dia do sequestro, Aristizabal teria percebido que sua companheira estava trocando mensagens em seu celular com um contato identificado como "Thor", com quem ela já havia se comunicado em outras ocasiões, de forma escondida do empresário.

Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo reforçou o compromisso das forças de segurança do estado com a legalidade, afirmando que não tolerará desvios de conduta e que aplicará punições rigorosas aos agentes que infringirem a lei e os protocolos institucionais.

A pasta informou ainda que as autoridades policiais continuam as buscas para capturar os demais envolvidos e para esclarecer todos os detalhes do caso.

A Embaixada da Espanha no Brasil ainda não se manifestou sobre o ocorrido.


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