Crime bárbaro cometido na capital paulista termina com prisão do agressor em Santos; vítima, uma médica de 27 anos, permanece em estado grave
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| Foto postada pelo casal nas redes sociais destaca o rosto de Pedro Camilo Garcia Castro, preso horas depois, em Santos, pela tentativa de feminicídio. Foto: Reprodução/Redes Sociais. |
Um aniversário que deveria ser marcado por celebração e afeto tornou-se o cenário de um crime brutal. Na madrugada de segunda-feira (14), uma médica de 27 anos foi encontrada inconsciente e gravemente ferida em um apartamento de alto padrão alugado por meio da plataforma Airbnb, no bairro de Moema, zona sul da capital paulista. O principal suspeito de espancar a jovem é o próprio namorado, Pedro Camilo Garcia Castro, de 24 anos, que foi preso horas depois em Santos.
Segundo informações da Polícia Militar e do boletim de ocorrência, o casal havia chegado junto ao imóvel pouco depois da meia-noite. Imagens de câmeras de segurança registraram que a vítima retornou sozinha ao apartamento cerca de três horas mais tarde. Às 4h20, Pedro reaparece nas gravações. Apenas dez minutos depois, ele deixa o local pelas escadas, carregando um objeto nas mãos — e a brutalidade já havia sido cometida.
Os gritos e ruídos de violência acordaram os vizinhos, que acionaram a PM. Ao chegar ao imóvel, os policiais se depararam com um cenário de horror: sangue espalhado e a mulher inconsciente na entrada. Ela foi socorrida às pressas por uma unidade de resgate e permanece internada e entubada no Hospital Campo Limpo, em estado considerado gravíssimo.
Horas após o ataque, por volta das 9h30, o suspeito foi localizado pela PM trafegando em um Honda Fit prata pela Avenida Presidente Wilson, em Santos, sentido Ponta da Praia. Monitorado pelas autoridades, Pedro não esboçou resistência à abordagem. Exibia lesões nos dedos e punhos, compatíveis com a agressão, e uma fratura no pé, provocada pela violência dos golpes desferidos contra a namorada.
Em depoimento informal aos policiais, Pedro confessou que agrediu a jovem após encontrar mensagens e fotos íntimas no celular dela, enviadas a outro homem. A justificativa, além de desumana, não encontra respaldo jurídico — apenas evidencia o perfil violento e controlador do autor.
A delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, destacou que o flagrante foi embasado em múltiplos elementos: “Juntamos relatórios médicos, imagens, depoimentos dos policiais e registros da cena do crime. As lesões no rosto da vítima foram tão severas que o autor se feriu durante a agressão”.
O agressor foi levado inicialmente à UPA Central de Santos para atendimento médico e depois encaminhado à DDM, onde foi autuado por tentativa de feminicídio. O caso segue em investigação conjunta entre a Polícia Civil da Capital, o 27º Distrito Policial e a DDM de Santos. O veículo e as chaves do apartamento foram apreendidos como parte das diligências.
Até o fechamento desta reportagem, a defesa do indiciado não havia se manifestado. Enquanto isso, a família da vítima e a sociedade aguardam por justiça diante de mais um episódio de barbárie contra a mulher — um ciclo de violência que insiste em se repetir, mesmo em pleno século XXI.
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