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Tiros na divisa: guerra urbana em Santos termina com traficante baleado e ataque à polícia

Confronto armado escancara domínio do tráfico na Zona Noroeste e desafia a atuação das forças de segurança

Suspeito baleado, ficou caído caído atrás de um veículo no Caminho da Divisa, durante a fuga após confronto com o GOE. Foto: Divulgação/Polícia Civil.

Num cenário que mais lembra um campo de guerra do que um bairro residencial, a Zona Noroeste de Santos voltou a ser palco de um violento confronto entre policiais civis e traficantes. A ação, ocorrida na manhã desta sexta-feira (18), no Jardim Castelo, terminou com um jovem de 18 anos baleado e preso, uma arma apreendida e uma clara mensagem de que o tráfico segue impondo seu poder com barricadas, armamento pesado e ousadia para enfrentar o Estado.

A incursão foi realizada por agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), vinculados à Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Santos, e tinha como alvo uma das conhecidas "biqueiras" que operam impunemente no Caminho da Divisa — região há muito dominada pelo crime organizado e com histórico de resistência armada às operações policiais.

Segundo informações da corporação, ao adentrarem a pé o terreno hostil, os policiais foram recebidos com uma rajada de tiros disparados por homens escondidos atrás de barricadas improvisadas. O revide foi imediato. No tiroteio, um dos suspeitos foi atingido na virilha e caiu atrás de um carro estacionado. Uma pistola foi encontrada ao seu lado. Ele foi socorrido por uma equipe do Samu e levado a um hospital da região, onde permanece internado em estado estável, mas ainda impossibilitado de prestar depoimento.

Dois outros homens conseguiram escapar pela mata densa que circunda a área. Testemunhas relataram que um deles teria sido ferido na mão, deixando um rastro de sangue pelo caminho. Em meio ao caos, uma motorista civil que passava pela rua teve o carro atingido por dois disparos. Por sorte, ela saiu ilesa e afirmou que os tiros partiram da direção dos criminosos.

A ocorrência foi formalizada na 3ª Delegacia de Investigações sobre Homicídios (DIH), e o suspeito capturado responderá por tentativa de homicídio qualificado contra agentes do Estado, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e resistência qualificada — crimes graves, que podem mantê-lo por anos atrás das grades, se condenado.

O local foi imediatamente isolado para perícia, e a Corregedoria da Polícia Civil foi acionada para acompanhar a apuração, procedimento padrão em ações com troca de tiros e feridos. As investigações seguem para identificar e prender os demais envolvidos, o que, dadas as condições da região e a estrutura montada pelos traficantes, dificilmente ocorrerá sem novo confronto.

Mais do que uma prisão e uma arma fora de circulação, o episódio revela um cenário inquietante: bairros inteiros sitiados pelo tráfico, onde a presença do Estado só é sentida por meio de operações de guerra. Enquanto a criminalidade se fortalece e ocupa espaço, moradores seguem reféns do medo, acuados entre os tiroteios e a omissão do poder público.

A Zona Noroeste de Santos, assim como outras periferias do litoral paulista, parece viver sob um regime paralelo, onde a autoridade se impõe pela força do fuzil, e a justiça, quando chega, vem atrasada e escoltada. A pergunta que fica é: até quando?


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