Enquanto tarifas disparam, qualidade das rodovias paulistas permanece questionável
Pedágios em rodovias paulista: novo aumento gera insatisfação entre motoristas. |
A partir do dia 1º de julho, motoristas que se deslocam em direção ao litoral paulista serão surpreendidos com um novo aumento nos pedágios. O reajuste de 4,4%, autorizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), incide sobre as tarifas de 16 concessionárias que administram as principais rodovias que ligam a capital ao litoral.
A justificativa oficial para o aumento é a recomposição da inflação dos últimos 12 meses. No entanto, a medida levanta questionamentos sobre a relação custo-benefício para o usuário, que muitas vezes não vê melhorias significativas na qualidade das estradas que justifiquem o constante aumento das tarifas.
O Sistema Anchieta-Imigrantes, sob gestão da Ecovias, lidera o ranking das tarifas mais caras do Estado, com o pedágio saltando de R$ 35,80 para R$ 36,80. Outras importantes vias de acesso ao litoral, como a Rodovia dos Tamoios e a Dom Pedro I, também terão suas tarifas reajustadas.
Enquanto os valores dos pedágios seguem em trajetória ascendente, a qualidade das rodovias paulistas permanece um ponto de debate. Motoristas frequentemente reclamam de problemas como pavimentação irregular, sinalização deficiente e falta de acostamento em trechos importantes.
A disparidade entre o aumento das tarifas e a qualidade das estradas coloca em xeque a eficácia do modelo de concessões rodoviárias no Estado de São Paulo. A falta de transparência nos contratos e a ausência de mecanismos efetivos de fiscalização contribuem para alimentar a insatisfação dos usuários.
Em um cenário de crise econômica e alta inflação, o reajuste dos pedágios representa mais um peso no bolso do cidadão, que já sofre com o aumento generalizado dos preços. A falta de alternativas de transporte público eficientes para o litoral agrava ainda mais a situação, tornando o uso do carro particular praticamente obrigatório para muitos.
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