Impasse entre prefeitura, associação e empresa terceirizada exacerba problemas em pronto-socorro
Médicos de Praia Grande reivindicam fim dos atrasos salariais, buscando soluções para a crise no sistema de saúde. |
A saúde pública de Praia Grande está mergulhada em uma crise profunda, evidenciada pela revolta de médicos que atuam no Pronto-Socorro Central da cidade. Profissionais de saúde denunciam o atraso nos salários referentes aos meses de março e abril, e apesar das promessas de pagamento até o final de junho, a situação permanece sem solução.
De acordo com relatos obtidos sob anonimato, os médicos explicam que a Prefeitura de Praia Grande realiza os repasses financeiros para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), responsável pela gestão do Pronto-Socorro. A SPDM, por sua vez, encaminha os valores para a CAP Serviços Médicos LTDA, empresa terceirizada encarregada do pagamento dos salários. No entanto, tanto a Prefeitura quanto a SPDM afirmam que os repasses estão sendo feitos regularmente.
Os médicos, em busca de respostas, se dirigiram à sede da CAP Serviços Médicos LTDA, mas foram recebidos com ameaças de acionamento da polícia, caso persistissem em suas reivindicações. "O dono da empresa não responde e-mails e ainda bloqueou os reclamantes no WhatsApp", segundo relatam os profissionais prejudicados.
Além dos atrasos salariais, a crise se manifesta em diversas negligências operacionais, incluindo a falta de pediatras, falhas na escala médica e constantes atrasos. A situação revela um cenário de desrespeito aos profissionais da saúde e, por extensão, à população de Praia Grande, que depende desses serviços.
A indignação dos médicos os levou a procurar diretamente a Prefeitura e a SPDM, onde foram informados que todos os valores já haviam sido repassados. Esse impasse sugere uma complexa rede de ineficiência e descaso que penaliza diretamente a população e os profissionais da saúde.
A crise em Praia Grande não é apenas um reflexo da gestão inadequada dos recursos públicos, mas também um exemplo flagrante de negligência administrativa. O município, conhecido por seus altos impostos, oferece um retorno insuficiente em serviços essenciais, evidenciado pelas condições precárias do sistema de saúde.
A situação demanda uma intervenção imediata do Ministério Público, não apenas para investigar as alegações de má administração financeira, mas também para assegurar que os direitos dos cidadãos sejam protegidos. A inércia das autoridades diante de um problema tão grave é alarmante e contribui para a perpetuação de um sistema de saúde ineficiente e desrespeitoso.
A SPDM, mencionada em inúmeras reclamações no site "Reclame Aqui" com mais de 660 registros, parece ser um componente central nessa rede de problemas. A quantidade expressiva de queixas sugere falhas sistêmicas na gestão e operação da associação, que precisa ser urgentemente investigada e reformulada.
A população de Praia Grande não pode mais tolerar viver à mercê de um sistema de saúde debilitado e mal gerido. A pressão pública e a ação legal são ferramentas cruciais para reverter esse cenário e garantir um atendimento digno e eficiente a todos os cidadãos.
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