Caso escancara avanço desenfreado do tráfico de varejo e o preocupante aliciamento de jovens para o crime na Baixada Santista
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Apreensão realizada pela Polícia Civil de Itanhaém: mais de 1.500 porções de drogas, entre crack e cocaína, prontas para o comércio ilícito. Foto: Divulgação/Polícia Civil. |
Em mais um capítulo alarmante da escalada do tráfico de drogas na Baixada Santista, a Polícia Civil de Itanhaém prendeu na manhã desta segunda-feira (16) uma jovem de apenas 19 anos por tráfico de entorpecentes. A prisão ocorreu durante uma operação da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE), que tem intensificado os trabalhos de inteligência para conter o avanço das bocas de fumo no município.
Com a suspeita, os policiais apreenderam uma verdadeira “mercadoria de guerra”: 750 porções de crack e outras 758 porções de cocaína, todas já fracionadas e prontas para a venda no varejo, o formato que mais tem devastado comunidades inteiras com seu alcance fácil e preço acessível. Segundo a Polícia Civil, a droga estava armazenada em uma sacola plástica que a jovem segurava quando foi abordada na porta da residência.
As investigações apontam que o imóvel era um ponto estratégico para distribuição ao longo da semana do feriado. Informações obtidas por meio de denúncias anônimas indicaram que uma nova remessa havia chegado ao local, o que levou os agentes a organizarem uma ação rápida e certeira.
Após o flagrante, a jovem foi encaminhada para o sistema penitenciário, onde permanecerá à disposição da Justiça. As substâncias apreendidas passarão por perícia técnica, mas para os investigadores, a natureza e o volume da droga não deixam margem para dúvidas quanto à finalidade comercial.
O caso, no entanto, vai muito além de mais uma estatística de apreensão. Ele revela o preocupante processo de recrutamento de jovens para o crime organizado, principalmente no chamado tráfico de varejo. O aliciamento de adolescentes e jovens adultos, que se tornam peças descartáveis nas engrenagens das facções, tem sido uma estratégia cada vez mais agressiva dos chefes do tráfico.
Itanhaém, assim como outras cidades da Baixada Santista, vive uma realidade de vulnerabilidade social que facilita esse tipo de cooptação. A promessa de dinheiro fácil e rápido, somada à ausência de políticas efetivas de inclusão social e geração de emprego, transforma muitos jovens em “soldados” do tráfico antes mesmo de completarem 20 anos.
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