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Polícia de mentira, perigo de verdade": Cai o vigilante que brincava com a lei em Guarujá

Com giroflex, insulfilm e arma de fogo, segurança particular resolveu patrulhar a cidade por conta própria

O veículo, caracterizado como viatura da Polícia Rodoviária, no momento da abordagem que desvendou a farsa no Guarujá. Foto: Polícia Militar/Divulgação/21º BPM/I.

A noite de segunda-feira (9), corria sem grandes sobressaltos no bairro nobre do Parque Enseada, em Guarujá, até que a familiaridade de um giroflex piscando à distância capturou a atenção de uma patrulha da Polícia Militar. A cena, a princípio corriqueira, começou a desbotar para um tom de estranheza quando os policiais se aproximaram. O veículo, uma imitação um tanto quanto ousada de uma viatura da Polícia Militar Rodoviária, ostentava vidros tão escuros que pareciam guardar mais segredos do que o permitido por lei e bom senso.

A desconfiança, essa velha e fiel companheira do ofício policial, apitou mais alto que o giroflex fajuto. A abordagem foi inevitável. Ao volante da "viatura" que mais parecia ter saído de um leilão de itens de filme de baixo orçamento, estava um homem de 40 anos, cuja tranquilidade contrastava com a irregularidade da situação.

A revista ao automóvel não tardou a revelar o clímax daquela operação improvisada: uma arma de fogo, mantida ilegalmente, repousava no interior do carro. O roteiro, que talvez na cabeça do condutor fosse de um vigilante solitário, de repente virou um caso clássico de porte ilegal de arma de fogo.

Pressionado pelo roteiro da vida real, o homem, que até então encarnava uma autoridade que não possuía, apresentou sua verdadeira identidade: um funcionário de uma empresa de segurança privada. A fantasia, ao que tudo indica, era um bico, um hobby perigoso ou talvez apenas uma maneira arriscada de evitar o trânsito, uma hipótese que a polícia não descarta, mas que adiciona uma pitada de humor negro à ocorrência.

Conduzido à Delegacia de Guarujá, o aspirante a patrulheiro da lei foi autuado em flagrante. A seriedade do crime, contudo, encontrou um atalho na legislação. Após o pagamento de uma fiança, cujo valor não foi divulgado, o homem que brincava de polícia foi liberado para responder ao processo em liberdade. Deixou para trás a arma, agora sob os cuidados da perícia, e a viatura de araque.

O caso foi registrado e segue sob investigação. Resta saber se a aventura noturna foi um ato isolado de um cidadão com um senso de realidade peculiar ou se há mais peças nesse quebra-cabeça que mistura audácia, perigo e uma boa dose de surrealismo no litoral paulista.

Por enquanto, as ruas do Guarujá voltaram à sua rotina, com uma história a mais para ser contada nas rodas de conversa, sobre o dia em que a lei e a sua imitação quase se confundiram sob o brilho de um giroflex solitário.


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